O aroma das flores recém-colhidas ainda pairava no quarto, como se o tempo tivesse parado ali, congelado na fragilidade daquele instante. O sol da tarde atravessava as cortinas esvoaçantes, tingindo tudo com um dourado suave, quase onírico. Eveline repousava na cama, o tornozelo cuidadosamente enfaixado após a visita atenciosa do médico. Cada gesto havia sido meticulosamente executado por Marcus, que não saíra de seu lado em momento algum. Ele a observava com uma devoção silenciosa, olhos carregados de um cuidado que ela jamais havia visto nele antes.Era como se outro homem houvesse nascido ali, ao lado da cama. O mesmo Marcus que antes parecia distante, quase alheio às delicadezas da vida cotidiana, agora se mostrava gentil, solícito, quase amoroso. O olhar que lançava a ela tinha mudado: não era mais de simples preocupação, mas de algo mais profundo. Como se, de repente, ela fosse o eixo do mundo dele, o centro de um novo universo.Eveline, no entanto, sentia-se estranha — e não ape
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