Todos los capítulos de Aquela que o Don não pôde deixar partir : Capítulo 61 - Capítulo 67
67 chapters
Sara
Capítulo 61 Ezequiel Costa Júnior Deixei a a Bela 2 e entrei no carro do Mauro. Vi que Yulssef ficou olhando, mas não me importei com o que pensaria. Não estou suportando olhar pra ele agora, então foda-se. Ao chegarmos em casa, avisei o Mauro: — Fique atento a tudo. Cada movimento, qualquer coisa fora do lugar. — Sempre estou, senhor — desci do carro. Subi os degraus devagar, observando o interior da casa pela ampla parede de vidro. Mariana estava ali. Linda, serena, rindo de algo que a psiquiatra dizia. Samira a acompanhava como uma sombra protetora. A cena me arrancou um sorriso que não consegui conter. Esperei a médica se despedir. Assim que a porta fechou, bati levemente com os nós dos dedos no batente. — Mariana. — Você demorou. Está tudo bem? Ela virou-se para mim, surpresa e com aquele brilho nos olhos que me desarmava toda vez. — Tudo ótimo. Apenas resolvendo alguns assuntos. Quer dar uma volta? Ela assentiu, curiosa. — Não está dando o
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Um tiro
Capítulo 62 Mariana Bazzi Eu nem sabia que o coração podia doer tanto só por olhar. Mas doía. Doía como se tivessem me furado com cacos de vidro enquanto eu fingia que aquilo não estava acontecendo. Só que estava. Estava bem diante dos meus olhos. Sara entrou como se ainda pertencesse àquele lugar, ou melhor, a Ezequiel. Como se os dias que passaram, as cicatrizes que o Don deixou, não significassem nada. E o pior? Ela foi direto até Ezequiel, se jogando nos braços dele como se o tempo nunca tivesse passado. E ele... ele não a afastou. Fiquei paralisada. Aquilo não era justo. “É só um abraço”, repeti para mim mesma, tentando encontrar um sentido, uma desculpa, qualquer coisa que amenizasse a angústia no peito. Talvez ele só estivesse surpreso. Talvez quisesse manter as aparências. Talvez… talvez nada. Meu maxilar travou quando vi os dedos dela escorregarem pelo braço dele, como se o corpo dele ainda fosse território dela. E ele permitiu. Ele se virou para mim pouc
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Lembrando
Capítulo 63Ezequiel Costa Júnior Fechei a porta do escritório atrás de mim e respirei fundo, sentindo o cheiro de madeira polida e lembranças distorcidas. Sara se encostou à escrivaninha como se o tempo não tivesse passado, como se ainda soubesse exatamente onde pisar pra me deixar desconfortável.— É verdade que você não lembra de nada? — perguntou com aquele tom que misturava curiosidade e ironia.A encarei com firmeza. — Não de tudo. Algumas coisas voltam em flashes. Lugares, nomes… sensações. Mas não o suficiente pra entender tudo.Ela sorriu, inclinando o corpo pra frente, como se compartilhasse um segredo. — Eu posso te ajudar, Don. Te lembrar de tudo. De nós dois.Ignorei a insinuação e fui direto ao ponto.— Não precisa, Sara — me afastei — Só me responde uma coisa. Aquele velho… o Ezequiel. É verdade que ele era meu pai ou não?O sorriso dela se desfez em um riso abafado, debochado.— Claro que não. Ezequiel nunca foi seu pai. Isso era só fachada. Uma mentira conveniente p
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Abre a porta
Capítulo 64 Ezequiel Costa Júnior Empurrei a porta do quarto com um suspiro mais pesado do que pretendia. Meus ombros estavam tensos, e a raiva de antes ainda martelava dentro do peito, mas quando vi Mariana ali, em pé, olhando pra mim com aqueles olhos grandes e desconfiados, algo dentro de mim afrouxou. Ela estava segurando alguma coisa — talvez uma escova, talvez só buscando algo pra manter as mãos ocupadas. Mas ao me ver entrar, o objeto escorregou de seus dedos e caiu no chão com um som seco. — Calma — falei, abaixando imediatamente. Peguei o que ela deixou cair e entreguei de volta, devagar. Mas meu olhar se prendeu no dela. Notei que ela olhava, com uma insistência muda, pra minha cintura. Mais precisamente, pra arma presa ali. A mesma que ainda não tive tempo de arrumar no coldre. — Está tudo bem? — perguntei com a voz mais baixa, tentando medir a tensão dela. Ela hesitou. Seus olhos foram da arma pro meu rosto, como se quisesse confirmar algo ali. Depois mor
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Tem razão
Capítulo 65 Mariana Bazzi A água escorria pelos meus ombros, quente, contínua, tentando apagar a raiva e o medo que fervilhavam sob a pele, mas não conseguia. O som abafado de Ezequiel batendo na porta, chamando meu nome, me arrancava da tentativa de calma. Cada batida era como um lembrete incômodo de que ele estava ali e eu estava me escondendo, porque tinha medo. Medo de me machucar, de estar me enganando. Medo de que tudo isso não passasse de mais um papel no teatro da máfia — e que, no final, eu fosse só mais uma mulher na lista dele. Ele disse que não lembrava o que aconteceu com Sara. Mas e se lembrar? E se acordar um dia e tudo voltar? Ele mesmo falou que não era mais aquele homem… Mas se voltar a ser? Aquele homem antigo tinha várias mulheres. Quantas? Quantas antes de mim? Ele pode querer sua vida de volta. Ele dizia que queria só a mim. Mas por quanto tempo? A voz dele ficou mais alta, mais irritada, eu continuei no banho. A água continuava escorrendo
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Passando a linha
Capítulo 66 Mariana Bazzi — Eu sou o Don, Mariana. Isso não vai mudar. Eu vou ter que conversar com a Sara, com a Raquel, com qualquer mulher que for necessária. Não é sobre você. Não é pessoal. Vai precisar aprender a lidar com isso. Ele se aproximou ainda mais, e encostou uma mão na parede atrás de mim. Eu tremi, mas ele nem me tocou. Só me cercou com a presença dele. — Você acha justo querer que eu dispense todas as mulheres só porque você se sente insegura? Isso não é sobre o seu transtorno. Isso é ego. Você tá querendo que o mundo gire ao seu redor — disse ele, com a voz firme, mas não agressiva. — E eu tô tendo paciência. Eu não sou como os outros homens que você conheceu. Meu peito apertou. — Eu não te prendo, não te forço, não te machuco. Eu te dou espaço, te escuto. E, mesmo assim, você continua agindo como se eu fosse igual a eles. Minhas lágrimas escorreram sem que eu percebesse. Porque no fundo… ele tinha razão. — Sabe o que me deixa mais frustrado?
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Invasão
Capítulo 67 Ezequiel Costa Júnior Mesmo com Mariana adormecida, minha cabeça continuava alerta. Me sentei no escritório, ainda sentindo o cheiro dela nos dedos, o gosto do beijo, e também da discussão no fundo da garganta. Ela era um furacão. Um que eu mesmo decidi deixar entrar. Fiquei no escritório degustando um bom vinho, até ouvir batidas na porta. — Pode entrar — falei, quando ouvi a porta abrindo. Mauro entrou primeiro. Sara veio logo depois, os olhos atentos, como se lessem tudo ao redor. — Precisamos falar — disse Mauro, direto ao ponto. — Ótimo. Eu também. Fiz um gesto para que ambos se sentassem. Sara cruzou a perna com naturalidade, Mauro apoiou os cotovelos nos joelhos. — O que tem pra mim? — perguntei, encostando na cadeira. Mauro puxou o celular, desbloqueando com a digital. — Recebi de uma fonte confiável que Yulssef está comprando duas moças novas. Pode ser tráfico, pode ser fachada. Os nomes ainda são incertos, mas ele tá agindo
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