Capítulo 67
Ezequiel Costa Júnior
Mesmo com Mariana adormecida, minha cabeça continuava alerta. Me sentei no escritório, ainda sentindo o cheiro dela nos dedos, o gosto do beijo, e também da discussão no fundo da garganta. Ela era um furacão. Um que eu mesmo decidi deixar entrar.
Fiquei no escritório degustando um bom vinho, até ouvir batidas na porta.
— Pode entrar — falei, quando ouvi a porta abrindo.
Mauro entrou primeiro. Sara veio logo depois, os olhos atentos, como se lessem tudo ao redor.
— Precisamos falar — disse Mauro, direto ao ponto.
— Ótimo. Eu também.
Fiz um gesto para que ambos se sentassem.
Sara cruzou a perna com naturalidade, Mauro apoiou os cotovelos nos joelhos.
— O que tem pra mim? — perguntei, encostando na cadeira.
Mauro puxou o celular, desbloqueando com a digital.
— Recebi de uma fonte confiável que Yulssef está comprando duas moças novas. Pode ser tráfico, pode ser fachada. Os nomes ainda são incertos, mas ele tá agindo