Os quatro se trancam na casa secreta de Gerônimo e Guido, onde Cristal tem ótimas lembranças; na primeira noite, ambos os casais se divertiram muito. Mas nem Cristal nem Cecil imaginavam o que as esperava nos dias seguintes. — Hoje não haverá risadas, Cielo meu — advertiu Gerônimo enquanto ajustava as vendas em suas próprias mãos. Seu olhar era firme, mas, internamente, cada fibra do seu ser desejava não ter que fazê-lo. Foram submetidas a um intenso treinamento em sexo brutal e em torturas físicas e psicológicas, além da imaginação. Guido e Gerônimo, às vezes, queriam fraquejar, mas o bisavô não permitia. Eles haviam sido treinados desde crianças; todos os Garibaldi passavam por isso. Mas vê-las, ensanguentadas, suplicando ou insultando-os, partia-lhes o coração. E esse era, precisamente, o treinamento que deviam suportar. — Mas bisavô, não acha que você se passou com elas? — protestou Guido, olhando para sua amada sofrer. — Guido, dê mais dez chicotadas em Cecil — exigiu o c

Faz muito tempo que Coral desapareceu sem deixar rasto. Maximiliano passa dias sentindo-se vigiado. Acredita que é o seu pai quem o está cuidando, por isso não toma muitas precauções. São onze da noite quando sai do seu clube; vai sozinho ao estacionamento, quando de repente alguém o golpeia na cabeça e o atiram para o porta-malas de um carro.Quando abre os olhos, está numa garagem e dois tipos com os rostos vendados estão fazendo um vídeo enquanto falam para a câmera.—Coral, ou te entregas ou o teu lindo gatinho será comido pelos cachorros! —diz um deles.E mostram muitos cachorros trancados no final da sala, prontos para saltar em cima dele. Maximiliano sorri sem dar a entender que acordou; não é a primeira vez que se encontra nesta situação. Espera pacientemente, sem se denunciar. Percorre o lugar com o olhar, não vê mais

Maximiliano interrompe seu pai, garantindo que está bem, mas que o importante era que acreditavam que se tratava de uma armadilha para se apoderar de sua irmã Agapy. Ele respira aliviado ao ouvir seu pai dizer que ela os havia chamado, que já a tinham pegado e estavam se dirigindo para a casa.—Para a casa? Não, papai, não faça isso —pede de imediato—. Não vá para nossa casa. Melhor dirija-se ao nosso refúgio.—O que está acontecendo, filho? —pergunta o Greco em seguida.—Não sei, papai, mas ouvi os homens que capturaram Agapy conversando. Disseram que seu chefe está atrás dela por causa da “vendetta” da família —conta enquanto saem do lugar em que estavam—. Também querem minha namorada Coral. Mas acho que tudo isso é uma trama para prender minha irmã ou alguém mais.—Maximi

O eco metálico de sua voz rebatia pelas paredes da garagem, criando um ambiente sufocante, carregado de pressão e ressentimento. Ninguém se atrevia a intervir, nem mesmo o mais próximo de seus homens. Sabiam que qualquer palavra inoportuna, por mínima que fosse, podia acender uma fúria ainda mais intensa em seu chefe.—Mas a sua filha pode, chefe. Por que você não a utiliza? —se atreveu a perguntar um.—Essa é uma boa a nada! —gritou desdenhosamente—. Sabem algo sobre Coral?—Não, é como se a terra a tivesse engolido. Mandamos a mensagem que ela nos disse, mas não apareceu. Eu acho que ela saiu do país —responde o homem com seriedade.—Ela não foi, não saiu do país. Já verifiquei —disse, sentando-se em uma cadeira na frente deles—. Nem ela nem seu fiel cachorro, ambos estão em Roma

 A sala fica em absoluto silêncio. Giovanni não se move de seu lugar. Seu olhar se endurece ainda mais, como se estivesse se preparando para a guerra que se aproxima.   — O que todos vocês estão fazendo acordados a essa hora? — os interroga Giovanni, olhando fixamente para seu filho mais velho.  — É uma história longa, papai — responde Gerônimo, se adiantando, o abraça e beija em ambas as bochechas —. O que você acha do seu primeiro neto? Ele se chama Gianni, tiramos do seu nome. Desculpe por não ter trazido antes, o bisavô nos segurou na fazenda.   Rosa, ainda com as pernas tremendo, observa em silêncio todos enquanto Giovanni segura o bebê. Por um instante, algo em seus olhos mostra novamente o homem que ela achava que conhecia.  — Isso falaremos depois, Gerônimo — responde Giovanni, sé