A casa era diferente de tudo o que eu imaginei para mim. Grande, sim, mas não fria. Nada de mármores reluzentes ou escadas que ecoam solidão. A nova casa ficava em um condomínio arborizado, com ruas silenciosas, cercadas por árvores que pareciam cochichar histórias antigas quando o vento soprava. Era uma mansão, tecnicamente falando, mas ela tinha alma. Tinha alma dele. Tinha espaço pra mim. Pra nós.Quando Max me mostrou pela primeira vez, ainda em obras, eu balancei a cabeça, relutante.— Não preciso de tanto, Max… eu só quero paz. — E é exatamente isso que eu quero te dar — ele disse, segurando minha mão. — Um lar. Seguro. Calmo. Bonito, como você merece.Demorou um tempo até que eu dissesse sim. Até que eu deixasse cair a última muralha e admitisse que, sim, eu queria aquilo. Não o luxo. Mas o que aquilo representava: estabilidade, acolhimento, futuro.Aceitei.E agora, ali estávamos. A fachada branca com detalhes em madeira clara, janelas amplas que deixavam o sol entrar como um
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