— Eu tentei te avisar… — a voz de Long soa abafada, quase irreconhecível. — Eu pedi para que Leonardo deixasse eu te levar de volta à Yakuza. Lá você estaria segura.Minhas mãos apertam a taça, ainda cheia. Tento rir. Um riso vazio, descompassado, tentando esconder o nó na garganta e a vontade sufocante de chorar.— Você tentou? — minha voz falha, mas eu me esforço. — Quantas vezes você mentiu para mim, Long? Quantas?— Me desculpe…— Me desculpe?! — repito, incrédula. — É só isso? Anos, Long! Eu te entreguei tudo! E você sorria. Sorria… como se tudo fosse parte do plano! Eu tenho o direito de saber, quantas vezes você mentiu para mim?Ele me encara. Seus olhos puxados, agora avermelhados, parecem embaçados. Mas não há lágrimas — não como as minhas.— Na primeira fuga… — começa — se tivéssemos seguido o túnel do esgoto, chegaríamos a um rio. E por ali, atravessaríamos para o norte da floresta. Em três dias a pé, teríamos saído do território da Yakuza. Eu sabia disso. Sempre soube. Só
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