Mais tarde naquele dia, depois de um silêncio desconfortável durante o restante do almoço, cada um foi para um canto da casa. O clima tenso parecia crescer entre as paredes da mansão. Bridget, ainda mexida, decidiu ir até o jardim tomar um pouco de ar e clarear a mente antes do jantar.Mais tarde, Bridget e Andrew tomaram o café na cozinha como haviam combinado. O clima era silencioso, mas ao menos civilizado. Bridget respirava fundo, preparando-se para o compromisso do dia: a terapia de hipnose de Andrew. Seria a primeira vez que ela o acompanharia numa das sessões.Enquanto eles saíam da mansão Miller, Laura apareceu no saguão com um envelope em mãos e um sorriso controlado.— Andrew! Que sorte, estava saindo agora também. Hoje é o dia do meu ultrassom, lembra? A clínica é no mesmo caminho da sua consulta — disse ela, segurando a bolsa e deslizando os olhos por Bridget. — Pensei que poderíamos ir todos juntos. Afinal, somos uma família agora.Bridget ficou tensa. Andrew hesitou.— A

O vento frio da manhã percorria os jardins da Mansão Miller, enquanto Bridget observava as folhas dançarem sob a brisa. O dia parecia comum, mas dentro dela tudo estava prestes a mudar. A imagem de Laura, com aquele sorriso doce e manipulador, a acompanhava desde a noite anterior.Maxwell havia prometido respostas. E naquela manhã, ele finalmente a chamou para conversar em seu quarto.— Eu chequei os frascos dos remédios de Andrew — disse ele, com a voz baixa, mas firme. — E consegui que um farmacêutico de confiança analisasse o conteúdo. Não é o remédio prescrito pelo neurologista. Estão dopando Andrew com algo que reforça a perda de memória.Bridget sentiu o estômago revirar.— Você tem certeza?— Absoluta. E tem mais... a pessoa que fornece essas fórmulas não está ligada à clínica. Eu fiz uma busca e encontrei um nome em comum nos receituários falsificados. O nome do profissional que aparece em muitos deles é mantido sob sigilo por enquanto, até que tenhamos certeza de sua ligação

A tarde começou a esfriar quando Bridget passou pelos portões da Mansão Miller.O ar trazia o cheiro de jasmim vindo dos jardins. Por um instante, ela pensou em seguir direto para o quarto, mas uma movimentação no pátio de trás chamou sua atenção. Passos leves, olhos curiosos. O som abafado de uma risada familiar... a de Andrew.Seu coração acelerou.Cautelosa, Bridget contornou a lateral da casa e parou ao avistar a cena.Ali, sentados no deque de madeira que ficava à beira do jardim, estavam Andrew e Laura. Ela repousava a cabeça no ombro dele, e sua mão guiava a dele até o ventre — agora levemente curvado sob o vestido justo.Andrew acariciava a barriga de forma suave, com um sorriso calmo nos lábios. Um gesto carinhoso. Intenso. Quase reverente.Bridget permaneceu imóvel, como se o tempo ao redor tivesse congelado.A respiração dela se tornou lenta e pesada. O peito apertado, como se algo ali dentro estivesse se desfazendo em silêncio.“Faltam apenas quatro meses”, pensou, engolin

Bridget havia decidido manter distância de Andrew, mas a cada tentativa de se afastar, algo novo surgia para empurrá-la de volta àquele turbilhão. Depois de presenciar a cena entre ele e Laura — aquele beijo, o carinho no ventre — ela havia voltado ao seu quarto como se estivesse carregando uma âncora no peito.No dia seguinte, Andrew apareceu à porta do quarto dela com o cenho franzido e um pedido de desculpas improvisado.— Eu não vi você ontem… até ela me chamar, quer dizer… — ele coçou a nuca, visivelmente desconfortável.Bridget manteve o olhar neutro.— Não precisa explicar. Você deixou claro onde está seu coração.— Bridget, por favor… — ele insistiu, dando um passo à frente. — Eu tô tentando entender tudo isso. Eu não tenho lembranças, não sei o que sinto. Só sei que… com você é diferente. Eu me sinto calmo.Ela respirou fundo.— Calmo não é o mesmo que apaixonado, Andrew.Ele ficou em silêncio por longos segundos, antes de mudar de assunto:— Você disse que queria me levar a

O sol filtrava-se pelas cortinas finas do chalé, projetando sombras suaves no chão de madeira. O aroma de café recém-passado preenchia o ambiente, acompanhado por sons de risadas e passos preguiçosos.Na cozinha, Camila e Vitória organizaram uma mesa farta: pães caseiros, frutas frescas, ovos mexidos e bolo de cenoura. Bridget apareceu pouco depois, vestindo uma camisa leve e calça de moletom. Os olhos dela ainda denunciavam a noite maldormida.— Bom dia, dorminhoca — disse Vitória, colocando uma caneca de café na frente dela.— Bom dia... — Bridget sorriu, mas o cansaço ainda pairava sobre seus ombros.Maxwell surgiu em seguida, usando uma camisa aberta sobre uma camiseta branca e cabelos molhados do banho. Ele puxou uma cadeira ao lado de Bridget.— Dormiu bem? — perguntou, oferecendo um pãozinho recheado.Ela assentiu.— Na medida do possível. E você?— Não posso reclamar. Mas senti falta da sua risada ontem à noite, depois que subimos. — Ele sorriu com um toque de provocação.Brid