Assim que saiu do banheiro, Lua olhou na direção da sala de reuniões, respirou fundo e seguiu para lá com os pensamentos e sentimentos em turbilhão. Estava com ódio de Rodrigo depois de tudo que Hannah lhe esfregou na cara. Com a mente a mil, criando em sua cabeça um excelente plano para se vingar dele e em sua cabeça Lua, imaginava exatamente qual era a única coisa que realmente importava para Rodrigo e era isso que tiraria dele.Porém, respirando fundo, ela pensou que primeiro teria que manter o profissionalismo à frente dos sócios franceses. Afinal, durante aquele tempo em que trabalhou como secretária de Rodrigo, ela criou uma excelente reputação com eles, especialmente Monsieur Pierre. E talvez isso fosse primordial para os seus planos para o futuro. Alem disso, Ela sabia que não podia deixar que seus sentimentos pessoais afetassem seu trabalho, especialmente não agora, que havia percebido o quão fraca e idiota ficava uma mulher apaixonada. Lua percebeu que para crescer profissio

Agora, Lua tinha certeza absoluta de que tudo o que Hanna dissera era verdade. E, como se o destino quisesse testá-la mais uma vez, assim que Rodrigo saiu, Hanna entrou na sala e parou na porta, bloqueando a passagem com um ar de desafio.Lua a encarou com um olhar que poderia cortar até mesmo aço, e sua voz ecoou pela sala, carregada de desprezo:— O que foi, Hanna? Está louca? Ou veio procurar mais um daqueles "tratamentos VIP" que tanto gosta?Hanna hesitou, mas tentou manter a compostura, embora sua voz tremesse ligeiramente:— Não se aproxime de mim, Lua. Deixei a porta aberta e...— E acha que isso vai me impedir? — interrompeu Lua, com um riso amargo. — Não tenho mais nada a perder nesta empresa, sua idiota! Se não quiser virar um espetáculo para todos, é melhor sair da minha frente agora!Hanna ficou paralisada por um instante, mas, reunindo um fio de coragem, balbuciou:— Lua, por favor... só quero saber uma coisa.— Então pergunte logo! — respondeu Lua, com uma impaciência q

Pietro ficou de boca aberta, sem acreditar que Lua aceitaria o dinheiro que ele ofereceu para reabrir a empresa e a floricultura de seus pais. Por isso sorriu e perguntou gaguejando com ar de triunfo: — Vai… vai mesmo aceitar princesa? Ela sabia que a oferta de Pietro era generosa, mas também sabia que não poderia aceitá-la sem impor suas próprias condições. — Sim Pietro, porém só posso aceitar com uma condição. Ele franziu a testa, claramente surpreso. — Uma condição? Qual? — Eu quero que você aceite que eu vou te devolver cada centavo que você investir, com juros. Pietro balançou a cabeça, parecendo um pouco frustrado. — Lua, você não precisa fazer isso. Eu estou te oferecendo esse dinheiro porque acredito em você e no seu projeto. Por minha amizade que tinha por seu pai e pelo grande carinho que tenho por você. — Eu sei, Pietro. E eu valorizo muito isso. Mas para mim, é importante que eu consiga reconstruir o que foi perdido com minhas próprias forças. E isso inclui devo

Dois meses se passaram desde que Lua deixou a Belle Femme, e Rodrigo parecia ter se tornado ainda mais frio e distante. Para os outros, ele era o mesmo homem arrogante e controlador, sempre imerso no trabalho e pouco disposto a conversas superficiais. Mas, no fundo, ele carregava uma dor que não conseguia ignorar. Lua havia se tornado uma presença constante em seus pensamentos, mesmo quando ele tentava convencer a si mesmo de que ela não passava de uma traidora. As memórias dela o assombravam: o sorriso tímido, a maneira como ela olhava para ele quando pensava que ele não estava vendo, e aquele maldito dia em que ele quase confessou seus sentimentos. Agora, tudo o que restava era um vazio que nem o trabalho nem o uísque conseguiam preencher. Rodrigo não era homem de se abrir facilmente, mas havia uma pessoa com quem ele, vez ou outra, deixava escapar um pouco de sua vulnerabilidade: Sabrina, a irmã de Júlio. Diferente do irmão, Sabrina sempre foi mais ponderada e menos impulsiva. El

Lua estava imersa no ambiente sereno da floricultura, onde o aroma doce das flores frescas se misturava ao som suave da água corrente. O local, recentemente ampliado e revitalizado, estava deslumbrante. Arranjos florais meticulosamente dispostos e plantas exóticas conferiam um ar de elegância ao espaço, transformando-o em um refúgio de beleza e tranquilidade.Enquanto conversava com Pietro, Lua parecia satisfeita com o progresso da construção da fábrica e da empresa que em breve abriria suas portas. No entanto, por trás de seu sorriso sereno, Pietro percebeu uma sombra de preocupação. Ele interrompeu a conversa sobre negócios, segurou suas mãos com delicadeza e fixou nela um olhar penetrante.— Princesa, apesar de sua aparência contente, há algo que está te incomodando, não é? — perguntou ele, com uma voz suave, mas firme. — E nem tente mentir para mim. Conheço você muito bem.Lua hesitou, seus olhos se desviaram por um instante antes de retornarem ao dele. Com a voz baixa, quase um s