EMILY

Prólogo

Desde pequena tive que lidar com uma mãe viciada e que se prostituía em troca de drogas. Meu pai dizia não sabia de nada que ela fazia, mas também não era nenhum santo. Minha mãe me entregou para a minha avó materna criar, quando eu tinha apenas 2 anos de idade e foi curtir a vida dela que segundo a mesma, eu arruinei. Passei 6 anos da morando com minha avó,foram os melhores anos da minha vida, não tenho muitas lembranças mas sei que lá eu estava protegida. Infelizmente minha vó acabou falecendo quando eu tinha 8 anos. Desde então, eu voltei para a casa dos meus pais e minha mãe não gostou muito de me ter lá e simplesmente, depois de uns meses disse que ia arrumar um emprego pra nos sustentar e me abandonou com meu pai. Passava a maior parte do dia na escola e a noite dormia na casa da minha amiga Amanda, a mãe dela me considera como filha, minha segunda família depois da minha vó. A medida que eu crescia meu pai me colocava para fazer os trabalhos de casa e com 12 anos ele me forçava a ficar em casa. Eu faço comida, limpo a casa e ainda tinha que arranjar tempo pra estudar e trabalhar. Minha vida é basicamente estudar, trabalhar e cuidar da casa.

POV EMILY

Depois de mais um dia cansativo no restaurante onde eu trabalho, volto para casa. Meu pai ainda não havia chegado então e não deixou nada que me avisasse quando chegaria, então eu resolvi ir na casa da Amanda e chamar ela pra ir comer alguma coisa, tava cansada de mais pra cozinha e meu pai ultimamente tem chegando bem tarde e nem procura nada pra comer, só dorme.

Cheguei lá e ela me arrastou pra uma lanchonete que tem perto da minha casa, sempre passo na frente desse lugar mas nem sempre entro, economizo o máximo que posso.

— finalmente tu vai ficar de maior né?! Já pode ser presa visse - diz rindo e me entregando um pedaço de pizza, ela que vai pagar o lanche! O boy dela é braço direito do filho do dono do morro - sim bebê, tu já sabe quem vai assumir o lugar do Jeff?

— soube que é o filho dele. - respondo meio por fora pra ela não notar muito meu desânimo.

— Ei porra, presta atenção em mim! não vai acontecer aquilo lá que tu já tá pensando, isso foi a muito tempo, tu disse que teu pai te disse que não estava mais se drogando? Então pronto. Tu não sai do meu lado, eu entro no meio e ninguém te tira de mim!

— é Amanda, eu sei, mas eu ainda tô com o pé atrás, apartir da meia noite de hoje, eu vou viver em ansiedade por saber que desde dos meus 9 anos eu sou prometida a um cara que eu nunca vi em toda minha vida, esse morro todo já sabe de tudo... Acha que alguém vai me deixar ir embora caso acontecer? Não vai! Porque ninguém pode fazer nada! Mas obrigada por não me abandonar. - digo baixinho só pra ela ouvir; a situação já é muito constrangedora pra tá falando alto pra todo mundo ouvir.

— para de k.o Emily, ninguém vai te prender nessa porra não - ela diz e olha na direção de algumas viaturas passam pela pequena pizzaria onde estamos jantando - porra, esses verme não deixam o morro em paz porra! Vai vazar tudinho - ela pega seu telefone na bolsa -

CELULAR ON -

— Dê mago, tem algumas viaturas subindo pra boca aí, acabaram de passar aqui na pizzaria que eu tô com a Emy, fica dboa e avisa os cara - Ela não chama o namorado dela nem pelo nome, Victor, nem de algum apelido carinhoso.

— Oi vida, fica dboa e quando terminar aí vai direto pra casa hein, beijo e fala pra Emily que eu mandei um alô.

CELULAR OFF -

— Amanda, melhor a gente ir embora? - ela faz um coque em seu cabelo - você me disse que ia me levar a um lugar bacana depois daqui.

— vamos pra sua casa, lá a gente pega tuas coisas que tu vai dormir lá em casa e vai para o lugar onde eu vou te levar.

Quase nunca saia da favela e hoje estaria em uma festa com minha amiga, e provavelmente estaríamos em uma casa de show na zona sul.

Amanda pagou a pizza e fomos na minha casa,

Estamos nos arrumando na casa dela agora.

— como hoje é uma noite especial eu vou usar esse vestido aqui. - Amanda me olha confusa

— bota um short amiga - enrola seu cabelo vermelho na chapinha

— mas a gente... Não vamos para uma casa de show? Pra quê short?

— tá louca fia? A gente vai pro baile lá da quadra.

— tá doida, Amanda? Tomou seu remedinho hoje?

— minha irmã, eu vou fazer o que na zona sul quando todos vem para a favela comemorar a posse do Leonardo, tu tem que ficar suave, já te disse que não vai acontecer nada.

— tudo bem Amanda, tudo bem! -

Me arrumei rápido e pegamos duas motos para subir para o morro, a gente mora na entrada do morro então era uns 10 minutos pra chegar lá na quadra. O barulho ficava mais intenso cada vez que a gente se aproximava mais do baile

— chegamos! - desce da moto e se despede dos moto táxi - glamorosa... Rainha do funk, poderosa, olhar de diamante. Vamos Emily! Tu tem que se divertir hoje e eu vou garantir isso.

— fala minhas piranhas lindas! - Julia já chega dançando - vão ficar aqui fora?

— não, vamos entrar logo porfavor - abraço as duas e entramos

— arrasa mulher - tem várias mulheres descendo até o chão e a Amanda agitando

— Isso aí! - diz sorrindo e o namorado de Amanda vem até a gente

— iae minhas cria - beija minha amiga - iae Emily não sabia que tu vinha hoje não, tu nunca vem! Parece que ta se escondendo do mundo kakaka olha presta atenção vocês, falando sério, não vão ficar aqui no meio da multidão, quero vocês lá em cima no camarote, agora! Antes do Leonardo chegar, o homi tá um bicho hoje.