POV LEONARDO. Eu bati na porta do escritório do meu pai e entrei sem esperar permissão. O ambiente era sombrio, com a luz do fim de tarde entrando pelas persianas. Meu pai não estava lá — ele já devia estar a caminho do aeroporto com minha mãe. Mas Victor (Mago) estava. Ele estava de pé, encostado na parede, os braços cruzados, o rosto uma máscara de culpa e cansaço. Parecia que não dormia há duas semanas, e a cena na Bahia o tinha quebrado de vez. Eu me sentei na grande cadeira de couro atrás da mesa, a cadeira do Patrão. Era a primeira vez que a ocupava com um súdito na minha frente. — Fica de pé. — minha voz fria. Ele era um traidor, mas também meu irmão de armas. Eu tinha que manter a pose. — Você não tem desculpa, Victor. Você ajudou a Amanda a fugir. Você deu a moto. Você sabia que ela estava levando a dívida para fora do morro. Você me traiu. Victor não tentou se defender da acusação principal. — Eu traí, Léo. Mas não você. Eu traí a tua ordem, sim. Mas eu não traí nossa

O Baile Funk fervilhava. O som pesado e vibrante do tamborzão podia ser sentido nas paredes antes mesmo de o carro de Vitor parar. A multidão, composta por jovens em trajes estilosos e descontraídos, criava uma névoa densa de euforia e calor. Vitor estacionou com a expressão azeda. — Chegamos. Lembrem-se, fiquem perto. Principalmente você, Emily — ele disse, lançando um olhar de censura ao meu vestido. — Relaxe, Vitor. Vamos apenas curtir a noite — respondeu Amanda, já pulando para fora. Eu respirei fundo e saí do carro. O ar da noite misturado com a energia crua do funk me atingiu como um choque elétrico. O Vestido Vermelho Vinho parecia ter sua própria luz sob os flashes e as luzes. Quando entramos no salão, não houve um anúncio, mas o silêncio foi quase tão alto quanto a música. O tempo pareceu congelar por alguns segundos enquanto os olhos de todos no local se viravam para a entrada. Não era a roupa, era a confiança que eu carregava. O Vestido Vermelho era o pavio; a minha at

Eu estava na favela, no QG, dando ordens e garantindo que o buraco da morte do pai dela fosse fechado. O Paulinho já estava a caminho de resolver tudo. — Alô? — minha voz era dura, sem paciência. A voz do outro lado era de um dos meus vapores de confiança na parte leste da favela. A voz dele era rouca, assustada, quase irreconhecível. — Chefe... aconteceu uma merda aqui. Meu estômago gelou. Não era sobre o velho da Emily. Era algo pior. — O que foi, caralho? Fala! — O... o seu pai. Eu parei de respirar. — Meu pai o quê? — Atiraram nele. No meio da rua. Um carro preto... Parecia uma execução, chefe. Ele... ele tá morto. Não podia ser. Meu pai. Meu mentor. O homem que me ensinou a ser Léo, que me deu esse império. Eu corri para o carro sem pensar. A mente vazia, só com a palavra "morto" repetindo-se. A cena do tiro no banheiro, o corpo do pai de Emily, tudo se apagou. A única coisa que importava era que a minha base, a minha rocha, tinha sido arrancada. Cheguei ao

POV LEONARDO Passei a noite toda vasculhando a porra do morro e nada da Emily. Tô puto da vida em saber que a mãe dela tinha entrado e saído debaixo do meu nariz. Amanda pediu para entrar no meu escritório e eu permiti na hora. — Alguma notícia? — ela perguntou, sentando-se. — Nenhuma — respondi, seco. — Juliana mandou matar seu pai — ela soltou, direto. Engoli a seco. — Emily me disse isso ontem. — E POR QUE CARALHOS ELA NÃO ME CONTOU? — Ela ficou com medo de você pensar que foi ela que pediu à mãe para matá-lo. — Eu quero matar ela, mas primeiro vou encontrá-la — afirmo, e ela empalidece. — Tô falando da Juliana — explico, e ela relaxa um pouco. — Sobre achá-la, vi Rebeca saindo do morro sem ser vista e fui atrás dela com a moto do Mago. A puta entrou num balcão muito bem vigiado — ela conta. Meu celular apita na hora. Era o vídeo. Aquele desgraçado do PL. — MAGO! — gritei, jogando o celular na mesa. Amanda começa a chorar ao ver a tela. — Qual a ideia, Léo? — Mago apare

POV REBECAÉ horrível está gravida. Ainda mais de um cara que nem sabe que esse filho é dele. Fiquei sabendo que o Léo levou meu Mike para o galpão e o matou por está comendo uma puta em um beco. Não sabia que esse filho da puta estava ficando com outra além de mim. Consegui uma foto da mulher e me dei conta que era uma das meninas que eu andava, com certeza eu vou matar essa puta, mas antes disso eu paro na pracinha e dou de cara com Emily e Leo conversando. Isso não pode acontecerRebeca: Amorzinho, você está atrasado! - Emily me encara por um momento antes de ir andando para o outro ladoLéo: Eu vou te matar Rebeca. Eu não sou seu amor, já sabe né? Eu não sou de ninguémRebeca: Vamos até minha casa? - puxo a camisa dele e fico mais perto.Léo: Some da minha frente! - ele sobe a moto e vai embora.Rebeca: Olha sua puta - chego perto dela- eu vou te matar se ficar perto do meu homem.Emily: Olha aqui sua maluca, eu não tô nem aí pra seu “homem” então acho melhor você segurar ele por