— A gente precisa ir embora daqui. Para outro lugar. O dinheiro que a Júlia deu não vai durar muito, mas... — Comecei a pensar em alternativas.
Amanda me interrompeu, o rosto subitamente inundado de lágrimas.
— Eu não aguento mais fugir, Emy! Minha barriga vai crescer! Ele vai saber! Eu devia ter ficado lá e enfrentado. O Victor... a gente tá junto há anos, Emy. Ele é minha vida, eu não aguento isso...
— Ficar para ser entregue a um filho da mãe que ia me usar? Não! A gente vai dar um jeito!
O som era grave, frio e cortou o silêncio do final de tarde como um tiro.
Eu e Amanda congelamos. Viramos a cabeça lentamente.
Léo estava ali.
Ele estava parado na entrada do sítio, ao lado de um carro velho e empoeirado. Victor estava logo atrás dele, o rosto pálido e derrotado, a presença pesada.
Léo não usava a roupa de patrão do baile. Estava de calça jeans e camisa simples, mas a aura de chefe era dez vezes mais pesada naquele mato. Ele tinha uma arma discreta na cintura, e a fúria e