91. Coisas que o sol não devia iluminar
O sol de fim de tarde batia forte na piscina, refletindo em tons dourados sobre a água calma.Lara estava esticada numa espreguiçadeira, chapéu de palha e suco na mão; Isabella, elegante até de maiô preto, lia um livro de capa azul como se o mundo fosse uma passarela particular.E eu... tentava fingir que estava relaxada.— Se eu ficar mais um dia sem saber por onde o Dante anda, juro que viro detetive — resmunguei, jogando um jato d’água no ar.Isabella ergueu os olhos, um meio sorriso jogado por cima dos óculos escuros.— Curiosa é o nome bonito pra impaciente, Ágatha.— Ou pra mulher sendo feita de idiota — retruquei, esticando as pernas. — Ele some, volta, manda calar, e eu ainda tenho que achar isso normal?Lara riu. — Bem-vinda ao clube das vítimas do charme disfuncional.Rimos juntas, e por um instante, o ar pareceu leve.Mas quando olhei pro lado, percebi que Lara já não estava ali.— Ué, cadê a intrometida? — perguntei.Isabella deu de ombros. — Deve ter ido buscar mais gelo.
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