CAPÍTULO IV

Beatrice tentou acompanhar os passos largos do homem a sua frente, sem demonstrar a dor que sentia em seus pés machucados. Quando pisou em uma pedra pontiaguda, não suportou mais, soltou um grito estridente. Tentou manter-se em pé mas foi inútil, caiu  de joelhos e ficou ali de cabeça baixa até que sentiu braços fortes a enlaçarem. Foi aconchegada ao peito largo e carregada no colo até a casa. Não falou nada e nem resistiu a intimidade do gesto. Seus pés latejavam como se estivessem em carne viva.

Gabriel entrou pela porta da cozinha e chamou a criada negra .

– Anastácia! Traga água quente e unguentos para o quarto da hóspede, ela machucou o pé.

– Sim, sinhôzinho. Vai precisá de bandagê tamém? – falou no português próprio dos escravos.

– Acho que sim. Leve tudo para lá, enquanto eu vejo
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