— Bom dia Villin. O que está acontecendo com você? Estou preocupado. — Vejo verdades em suas palavras.

— Bom dia Diretor, estou meio estressado e meu tenente é um babaca. Quero sair do departamento, pedirei demissão, cansei de ser peão. — desabafo — Ele sempre leva os créditos por algo que realizamos em equipe.

— Ok. — ele fecha a porta e se junta a mim em minha mesa — Se não sair agora estará me fazendo um grande favor.

Penso: — um favor para o diretor do FBI. Interessante e pode ser muito útil para mim no futuro.

— No máximo 30 dias e vou lhe cobrar esse favor. — deixo claro que é uma via de mão dupla e que não vou aturar as baboseiras do Omar em vão.

— Não sendo ilegal terá minha ajuda.

— Não é, quero adquirir a paternidade de uma menina xiita que se encontra em Bagram nesse exato momento. — Confesso meus planos.

— Tens a minha palavra que vou verificar o que posso fazer e como anda a investigação? — É claro que ele sabe que o Tenente está na minha mira, tudo que fiz foi com o seu consentimento. — Preciso procurar outra pessoa para assumir o lugar dele.

— Faremos assim. Quando eu tiver todas as provas concretas você me demite? — ele assente e aperta minha mão — Sobre esse caso que está responsável se puder sugerir que faça a divisão do grupo e deixar a Jane como meu apoio, ficarei grato, nesse exato momento ele se encontra em reunião com um plano fracassado e se posso opinar com relação a alguém para ficar no lugar do Omar essa pessoa é a Jane. — Ele concorda.

— Vamos. — me levanto e caminho ao seu lado — Fique em silêncio. — Exige.

Fico calado assim que entramos me sentei ao fundo da sala para ver como acontecerá o desfecho da novela mexicana. Eles estão lá discutindo enquanto olho para a imagem de cinco pessoas e é claro, que a mulher não é a certa. Olho a ficha e vejo que um dos suspeitos é colombiano. Poderia ser amigo ou até parente do Deldiabo.

— Jane, ei! — a chamo em um sussurro e para minha alegria ela me olha — Vem cá, por favor.

Ela se levanta e se junta a mim no fundo da sala.

— O que você acha do plano do Tenente? Concorda com toda essa baboseira? — Questiono em um sussurro.

— Acho perda de tempo. — cobre a boca para expressar sua opinião — Fico com o latino. O segundo do lado esquerdo.

O mesmo, cara que eu deduzi. Ela me mostra suas anotações e b**e perfeitamente com meu raciocínio.

— Se esse caso for divido você vem comigo. — Afirmo.

— Ok, tenho um palpite de onde encontrá-lo.

— Que conversinha é essa aí atrás? — o Tenente nos questiona — Responde Jane!

— Ela ficou de me apresentar ao primo dela. — invento vendo todos me olharem com uma cara de espanto — É isso mesmo, sou gay. — Coloco a cereja do bolo.

— Tem um veadinho na minha equipe. — Ele se pronuncia ganhando um olhar de reprovação do diretor.

— Homofóbico. — grito fazendo uma cena baseado nas que observo o Enzo fazendo desde que o conheci — Preconceituoso.

— Desculpa foi maneira de falar. — se retrata — Desculpa agente Villin.

— Tomei a decisão de dividir em dois grupos sua equipe Omar. — O diretor dita e todos olhamos atentamente. Vocês três seguem a opção do Tenente Omar e vocês dois aí, no fundo, escolham o alvo de vocês e boa caçada. E Omar, não faça eu me arrepender de lhe entregar esse caso.

Ele sai nos deixando na sala. Levanto-me e Jane vem comigo. Escuto quando ele fala "bixinha". Ignoro para não socar a cara desse filho da puta. Liguei para o Ramón que nos deu algumas informações que tinha sobre o Deldiabo e fomos para Miami para encontrar com ele. No caminho Enzo me liga mais uma vez. É em vídeo chamada, peço que atenda, pois, estou dirigindo, não demora muito para Enzo entrar no foco.

— Mons, nossa menina quer falar com você novamente me desculpa marido. — como o celular estava virado para mim não tem como perceberem a Jane — Vem falar com o papai.

— Papaizinho. — como ela convive há quase dois anos com o Enzo, ele a ensinou nossas línguas inclusive o inglês. — Quero ficar com vocês. Eu, você e a mamãe fada madrinha Enzo.

— Papai vai te tirar daí com a mamãe fada madrinha Enzo e vocês virão juntos, tenho fé. — Lhe dou um sorriso.

— Ela é linda Villin, olha esses olhos. — sussurra para não ser notada — Viro a câmera para ela.

— Filha essa é a amiga do papai e se chama Jane. — faço as apresentações — Jane, essa é minha Luz.

— Mamãe, papai está te traindo. — A criança berra e logo Enzo entra na ligação.

— Quem é você? — Enzo questiona.

Viro a câmera para mim apressado antes que ele me entregue.

— É só uma amiga amor, qual é o motivo da ligação? — O questiono.

— Estamos em alerta, teve bombardeio aqui próximo e vou com nossa filha para o centro de Bagram. Mons dê um jeito de nos tirar daqui o mais rápido possível porque a situação não é nada favorável pra gente. — nervoso me endireito no assento do carro — Renovarei meu tempo aqui para ficar com ela, já que o meu visto está terminando. — Me informa de algo que já tinha até esquecido.

— Tchau! Se cuidem, amanhã eu te ligo. — Ele assente e encerra a ligação.

— Eu não sabia que você tinha essa linda família. — comenta enquanto repousa a mão em meu ombro — Você tem sorte, seu parceiro é lindo.

— É sim, Enzo é muito importante para mim o amo por tudo que tem feito por minha filha, na verdade, ela é nossa viu como é chamado por mamãe né.

— E aqueles olhos lindos verdes! Parabéns, linda família. — Declara.

Passamos a viagem conversando, conto da Samir e como foi conhecer a pessoa mais angelical da minha vida.