Capítulo 86 – O Ataque nas Sombras
A madrugada caía pesada sobre a cidade. O céu, encoberto por nuvens grossas, parecia prenunciar uma tempestade. Dentro da casa, Helena mal conseguia dormir. Cada estalo da madeira, cada sopro de vento, fazia o coração dela acelerar. Ao seu lado, Miguel permanecia acordado, olhando fixamente para a escuridão pela janela.
— Ele está perto, Helena — murmurou Miguel, quase como um presságio. — Eu consigo sentir.
Helena, firme, segurou a mão dele.
— Se Ricardo vier, não vai nos encontrar despreparados.
Mas a confiança dela foi testada minutos depois. Um som metálico ecoou do lado de fora: o estrondo de correntes arrastando pelo chão. Antônio, que fazia a vigília, correu até a porta com a arma em punho. Clara, assustada, acendeu a lanterna e iluminou o quintal.
A luz revelou algo perturbador: uma cruz de madeira fincada no solo, encharcada de sangue animal. Presa a ela, uma placa rudimentar trazia a inscrição:
“Se eu não posso ter paz, vocês também não ter