Os eventos mais traumáticos na vida de um homem é quando perde algum famíliar próximo, para Marcelo o seu maior trauma aconteceu durante uma guerra, ele foi convocado aos seus 19 anos para lutar por seu país e seu irmão também estava lá, posteriormente a muitos tiroteios e homens feriados ele e seus companheiros retomaram uma vila com êxito, mas infelizmente durante a comemoração, eles não viram quando um de seus inimigos quase sem vida disparou seu último tiro, acertando perto ao coração do irmão de Marcelo, que ao ver o estrago correu para acudir o irmão mas ele acabou falecendo em seu colo, e o bravo rapaz não pôde fazer nada que o pudesse salvar, lhe restando apenas um grande vazio em seu peito. Os eventos daquela noite fria de guerra voltaram a sua mente como um sopro quando viu a moça desacordada em seus braços, após fazer os primeiros socorros pôde ver os olhos dela abrir o deixando aliviado, ela solta palavras arrastadas fazendo-o perceber que estava totalmente alcoolizada.
MARCELO: meu Deus você tá bêbada... Que merda você tem na cabeça garota. _ela apenas rir, a cabeça dela gira, ouvindo como um sussurro a voz do rapaz, logo perdendo totalmente os sentidos e desmaiando, ele pega sua camisa da areia coloca em cima de seu corpo desacordado e a carrega em seus braços fortes, a noite está esfriando rapidamente ele caminha pela bela praia até chegar em sua cabana, um lugar pequeno mas confortável, após pisar na entrada com um pequeno pátio, ele entra pela porta encostada e vai para o quarto, no cômodo há uma cama de solteiro e um guarda roupa no canto tudo muito simples, ele a coloca sobre sua cama, abre o guarda roupa pega uma camisa oversized e coloca na jovem com um pouco de dificuldade que fica balbuciando. EMILY: mamãe... Me Ajuda... Não... Euu... Ti-Tiiiodeio. _ele fica sem entender o motivo daquelas palavras, achando que Emily é mais uma daquelas meninas mimadas da cidade, o tipo de pessoa que ele menos tem apreço, após terminar de vesti-la coloca novamente na cama a cobrindo com o edredom, ele está pronto para deixá-la descansar mas ela segura seu braço. ...fica coomigo nãoo quEro ficar... Sozinha. _balbucia quase dormindo, sem conseguir se soltar, (ou não querendo deixar ela sozinha depois do que tentou fazer.) ele deita perto dela que se aconchega ficando mais perto, ele sente o calor de seu corpo e a essência de sua pele que o deixa acanhado e um pouco desconfortável, pois ainda não havia experimentado apenas dormir ao lado de uma mulher. Ele olha para o rosto angelical que descansa em seu braço, imaginando oque levaria uma garota tão bela e de boa condição aparentemente a cometer um ato contra a própria vida. Os primeiros raios de sol nasce no horizonte, refletindo no mar como uma discoteca, os cantos de pássaros e o som das ondas calmas sobre a areia, faz com que Emily acorde de seu profundo sono abrindo os olhos com dificuldade, ela está deitada no peito de Marcelo, que ainda está adormecido, sua cabeça dói, aos poucos seus sentidos voltam a funcionar, mais ao perceber que está deitada ao lado de um homem, ela senta rapidamente na cama se perguntando oque havia acontecido na noite passada, tudo estava tão confuso, quem era aquele belo rapaz? e como ela foi parar em sua cama? Ao ver que estava usando uma camisa que a cobria até a metade das coxas, ela imagina o pior, ele abre os olhos aos poucos assim que ela começa a entrar em pânico. EMILY: não, não, não... Oque eu tô fazendo aqui? quem é você? e oque aconteceu ontem a noite... A gente transou? _ele esfrega os olhos a vendo levantar rapidamente ficando de pé andando de um lado para o outro enquanto ele senta na beira da cama. MARCELO: ooh desvairada será que dá pra você se acalmar? EMILY: acalmar? como vou me acalmar, se eu acabei de acordar em um muquifo desses com um completo estranho. MARCELO: ei não precisa ofender o meu teto.. oh sua louca. _furiosa ela se retira do quarto passando pelo pequeno corredor indo em direção a saída enquanto surta. EMILY: não me chame assim, eu não sou louca. _ele segura sua mão a fazendo olhar para ele. MARCELO: não aconteceu nada entre nós tá legal, não teve transa nem nada, só se acalme. _ela para se acalmando com as palavras do rapaz ainda confusa. EMILY: não... então como vim parar aqui com você? _diz tentando se concentrar no que havia acontecido, ele indaga. MARCELO: não se lembra de nada mesmo, tem certeza? _nesse momento Emily tem rápidas lembranças do que realmente havia ocorrido desde o jantar desastroso que Ricardo fez questão de a exibir como um troféu, até o momento que o homem a sua frente salvou sua vida, ela fica envergonhada ao lembrar das palavras ditas antes dela desmaiar. EMILY: eu.. éé... Foi mal nem sei oque dizer... Ai que mico. _diz pondo as mãos na cabeça constrangida enquanto ele apenas se diverte com sua forma desajeitada de agir. MARCELO: relaxa, não foi nada, só quis ajudar... Eles se olham sorrindo timidamente um para o outro, logo ele continua. ... Então você quer tomar um café forte, vai te ajudar na ressaca que deve tá sentindo. _por mais que ela estivesse sentindo dor de cabeça antes, a dor só voltou a persistir depois das palavras dele. EMILY: acho que é uma boa ideia. _respira balançando a cabeça de leve o seguindo até a pequena cozinha, após um curto silêncio ela decide romper a quietude do recinto. EMILY: me desculpa por ter chamado de muquifo... é uma cabana bem aconchegante. _fala enquanto olha o ambiente, ele apenas sorri levemente imaginando que sua casa cabe em um cômodo da casa dela. MARCELO: tá tudo bem, minha casa é bem pequena mesmo e também deve ter sido bem confuso acordar do lado de um desconhecido. EMILY: é um pouco... Hun. _faz um som colocando a mão perto da boca antes de continuar. obrigada por ontem. _Fala em voz baixa enquanto ele começa a preparar o café. MARCELO: não foi nada, faria por qualquer um... Só não entendi o motivo de você se entupir de álcool e tentar... bom, fazer aquilo... _diz olhando levemente para trás de suas costas buscando resposta, mas a única coisa que ela faz é calar se então ele continua. ... Éé que eu vi você naquele bar de ricaços e também você parece ser de boa família não vejo motivos para fazer algo tão estúpido. EMILY: é uma longa história... E pra você deve ser estúpido, mas não é tão simples... as aparências as vezes enganam sabia. _desvia o olhar pedindo em pensamentos que ele não insistisse naquele assunto, mas ele continua intrigado. MARCELO: ok, só fiquei curioso mesmo... só mas uma pergunta... isso tudo tem a ver com sua mãe? _insiste sem olhar em sua direção, ela fica paralisada pois achou que ele fosse perguntar qualquer outra coisa, mas sobre sua mãe estava em última opção. Porque ele estava perguntando aquilo? e era sobre Adriana ou de Gabriela que ele estava querendo saber? Ali naquele momento jurou não beber mais, para não sair explanando sua vida pessoal para um total desconhecido. EMILY: por que? MARCELO: bom é que você pediu ajuda e depois disse que odiava ela. _emily fica embasbacada com suas palavras. EMILY: eu disse essas coisas? MARCELO: você disse, apesar de estar bêbada deu pra entender . EMILY: não quero falar sobre isso, só esquece tá. _ele não insiste e lhe entrega uma xícara de café, seus dedos se tocam, um clima agradável se instaura, eles se olham, uma faísca é acendida naquele exato momento, logo os dois desviam o olhar, ele se vira de costas, enquanto ela tenta extrair mais informações sobre seu salvador misterioso. ... Você mora aqui a muito tempo? MARCELO: um pouco... Gosto do mar, sou pescador também, mais alguma pergunta. _responde de forma áspera a fazendo desistir de continuar naquele lugar. EMILY: aah... não sem mais perguntas... _ela respira antes de continuar. ... Bom acho melhor eu ir embora. _faz sinal para saída deixando a xícara na pequena mesa redonda de madeira em um canto da cozinha, porém ele não diz nada, antes de sair da cozinha ela para na entrada e conclui. .... Mais uma vez obrigada por ter me salvado. _ele para oque estava fazendo, sem virar para ela. MARCELO: não precisa agradecer, só não tenta de novo.. a vida tem seu lado doce também, só basta alternar, porque se você for focar apenas nos pontos negativos é capaz de enlouquecer. _solta de seguida voltando a cortar as frutas sob a tábua na pia, ela sorrir após ouvir suas belas palavras antes de continuar sua caminhada. assim que a jovem vai embora, ele vai até o pequeno pátio da cabana só para vê-la ao longe, usando sua camisa oversized caminhando pela praia indo em direção a cidade.