Dante alcançou a estrada sem diminuir o ritmo, abriu a porta do carro com um puxão brusco e a colocou no banco. Angeline caiu de lado, ofegante, molhada, indignada… até levantar o rosto.
Ele deu a volta no carro. Entrou. E ao se acomodar no banco, a luz rápida de um relâmpago iluminou a mancha vermelha.
— Você… você se machucou. Ela disse, a voz embargada pela preocupação inesperada. A raiva evaporou como se nunca tivesse existido.
Ele não olhou para ela.
— Não é nada. Murmurou, ligando o carro e fazendo a manobra para voltar à mansão.
Mas a mão dele no volante tremia levemente.
Angeline percebeu. E isso apertou algo profundo dentro dela.
O silêncio entre eles ficou denso, pesado, espesso. Só se ouvia a respiração rápida de Angeline, a respiração controlada e tensa de Dante… e a chuva castigando o carro, como um tambor atordoante do lado de fora.
Ela o encarava de perfil, o maxilar tenso, a camiseta colada ao corpo, o sangue escorrendo misturado à água. Algo dentro dela se quebrou. Um