O clima no carro era ambíguo.
Ele mantinha os olhos fixos na estrada; ela, no reflexo da janela, evitando encará-lo.
Não demorou muito para que Colmar surgisse diante deles como uma pintura viva, casinhas coloridas, janelas floridas e o brilho das luzes dançando sobre os canais estreitos. O sol já se escondia, e o céu se tingia de cobre e lilás quando Dante decidiu parar.
— Vamos passar a noite aqui. Disse, num tom que não deixava espaço para discussão. — Não quero arriscar dirigir no escuro com o estepe.
Angeline não protestou. Estava encantada demais para isso.
Enquanto ele procurava um lugar para estacionar, ela observava as luzes se acendendo, uma a uma, como se a cidade despertasse para algum tipo de encanto noturno.
Caminharam lado a lado pelas ruas de pedra, o ar frio os envolvendo.
De vez em quando, ela parava diante de uma vitrine, sorrindo como uma criança diante de um doce. Dante fingia impaciência, mas havia um brilho discreto em seus olhos, uma ternura contida que tal