O ar sereno e acolhedor que reinava na cobertura blindada evaporou num segundo, substituído por uma atmosfera sufocante, densa como fumaça. A escuridão que tomava conta do ambiente parecia uma extensão da presença maligna que agora dominava o lugar. Luca estava ali. Em carne, osso - e ameaça.
O sorriso torto, cruel, que se espalhava em seu rosto era a personificação do pesadelo que Giovanni e Alice pensaram ter deixado para trás. Um sorriso que não precisava de palavras. Só existia para congelar o sangue nas veias de quem o encarasse.
Alice, paralisada, sentia o coração bater tão forte que parecia ecoar nos ouvidos. Seu corpo tremia, as pernas falhavam, como se o chão estivesse prestes a ceder. Era como reviver o pior momento de sua vida - aquele em que Luca a arrancara de si mesma e a jogara em um abismo sem fundo.
Giovanni também não se mexia. Seu olhar vidrado, colado em Luca, carregava os fantasmas de uma dor que nunca cicatrizou. Diante dele estava o homem que lhe arrancara tudo: