Jamais imaginei que Roxana apareceria aqui, no meu apartamento, e muito menos que me encontraria com Sofia numa situação tão constrangedora. Quando ela entrou, começou a berrar, um vendaval de fúria que me deixou paralisado. Queria sumir. Apesar de não amá-la, sabia que nosso compromisso era vantajoso para mim, principalmente em termos econômicos e políticos. Mas ao lançar um rápido olhar para Sofia, vi a vergonha estampada em seu rosto, ruborizado e tenso. Não queria que ela passasse por aquela humilhação.
Tentei, em vão, ser conciliador com as duas. Mas perdi a cabeça quando Roxana partiu para cima de Sofia, agredindo-a. Não permitiria que tocasse um fio de cabelo sequer da cabeça dela.
"—Você vai me pagar por essa humilhação, Ângelo!", ela sibilou, antes de sair, batendo a porta com força. O estrondo ecoou no silêncio que se seguiu, um silêncio pesado, sufocante. Fiquei olhando para a porta, um peso insuportável no peito.
"—Quem é ela?", Mavie perguntou a Sofia, os olhos cheio