Outra pausa, mais longa desta vez, carregada de um silêncio que parecia conter toda a complexidade de suas emoções. Ele observou-me, seus olhos buscando os meus, procurando uma resposta, uma compreensão.
__"E aqui estamos nós", continuou, sua voz agora mais suave, mais introspectiva. "De algum modo, hoje me sinto menos culpado por ter te 'roubado a inocência pois te livrei daquele lugar horrível, daquele pai horrível. Você deveria ser grata a isso." A última frase, porém, foi dita com um tom tão baixo, tão hesitante, que soou mais como uma confissão do que uma afirmação. A arrogância aparente da frase foi atenuada pela vulnerabilidade que transparecia em sua voz, deixando em aberto a interpretação de suas verdadeiras intenções, a complexidade de seus sentimentos. O silêncio que se seguiu foi diferente do anterior; carregava agora um peso de ambiguidade, de perguntas sem respostas.
__"Então você acha que eu lhe devo agradecimentos?",perguntei , a voz baixa mas firme.
A luz fraca