O sol já batia forte nas janelas da cozinha quando desci, arrastando os chinelos e tentando parecer menos miserável do que me sentia. A noite tinha sido uma merda, daquelas que mexem mais por dentro do que por fora. Dormi pouco. Pensei demais. E agora, com o café fervendo na cafeteira e o silêncio da casa pesando como chumbo, eu sabia que precisava encarar ela.
Giulia.
Ela estava de costas, mexendo alguma coisa no fogão, com os cabelos presos num coque alto e desgrenhado. Uma blusa fina caída de um lado do ombro, short de moletom e um jeito calmo — tão calmo que me irritava. Mas quando olhei com mais atenção... vi.
Vi como a Giulia tinha algo diferente. Sempre foi bonita, sempre foi forte, mas agora... agora eu via outra coisa. Um tipo de aura que m