Capítulo 2
(Ponto de Vista de Olivia)

Dois dias depois

— Tranquem ela, e não a deixem ver a luz do sol nunca mais. Ela não merece! — Nick gritou com os policiais da cidade de Vila Nova. Seus olhos estavam frios como gelo, cheios de ódio.

O policial me empurrou bruscamente para aquela cela suja e fedida, antes de bater as barras da grade atrás de mim. Eu me virei para olhar Nick e Sandra. Eles estavam juntos, parecendo velhos amigos... Ou amantes. Ela foi a razão pela qual ele se virou contra mim, embora eu não entendesse o que havia motivado ela.

Crescemos juntas, fazíamos tudo juntas e sempre cuidamos uma da outra. Agora, no entanto, ela estava ao lado do meu marido enquanto ele me jogava na prisão por algo que eu não fiz. Algumas horas atrás, eu estava cozinhando o jantar para meu homem enquanto esperava que ele voltasse do trabalho. Mesmo depois do incidente com Sandra na cozinha, e apesar de as coisas terem mudado entre nós desde que ela voltou, ainda tinha esperança de que pudéssemos consertar as coisas. E então isso aconteceu.

A forma como Nick me olhou ao chegar com a polícia partiu meu coração. Nunca antes eu tinha visto tanto ódio em seu olhar. Era como se Sandra tivesse destruído meu casamento e o envenenado contra mim, alimentando-o com mentiras. E o pior de tudo: ele acreditou em cada uma delas.

Tentei suplicar, tentei fazê-lo enxergar a verdade…

— Nick, por favor! Eu não fiz o que você está pensando. Sandra está mentindo, e eu não sei por quê. Por favor, acredite em mim! Eu não a empurrei, não queria que ela sofresse um aborto e nunca roubei nada de você. Você me conhece, sabe que eu jamais faria algo assim. — Insisti, mas ele não me ouviu. Em vez disso, ele voltou do hospital no dia seguinte com a polícia, me acusando de roubar dele.

Eu não sabia quando as coisas tinham chegado a um ponto tão ruim entre nós, a ponto dele ter parado de confiar em mim. Fomos felizes um dia, fazendo planos para o nosso futuro. Até que eu deixei uma cobra entrar na minha casa e agora ela me picou.

Tentei implorar para Sandra também.

— Sandra, por favor, diga a verdade para ele. Diga que eu não fiz isso. Eu não entendo por que você se voltou contra mim dessa maneira. Por que está mentindo assim? Você sabe que eu nunca faria algo assim. Eu não te empurrei, nem sequer sabia que você estava grávida. Então, por que está fazendo isso? Diga a verdade!

Em vez de confessar, Sandra começou a chorar e disse:

— Olivia, você é tão cruel. Mesmo agora, você tem coragem de me culpar pelo que fez. O que eu fiz para merecer isso de você? Eu fui sua amiga e eu te amava, mas você nunca se importou comigo. Você sabia que eu estava grávida e mesmo assim, me empurrou. Eu nem contei para o Nick sobre quando você começou a roubar dele! Eu guardei seus segredos, e no final, é assim que você me recompensa?

Senti toda a esperança se esvair naquele momento. Nada disso era verdade, mas Nick apenas acreditou nela.

Sandra chorou e se virou para ele.

— Eu nunca deveria ter te contado nada sobre o que ela andava fazendo. A culpa é minha por ela estar agindo assim! Por favor, esqueça tudo o que eu disse e escute sua esposa.

Ela se virou para mim e deu um sorriso sem que ele pudesse ver.

— Olivia, estou partindo, voltando para o exterior. Sinto muito por ter causado a destruição do seu casamento e quero que saiba que te perdoo por tudo - sei que você não quis me empurrar. Mas é importante que você confesse tudo o que roubou. Tenho certeza de que Nick será capaz de te perdoar, e vocês ainda podem reconstruir a relação.

Os olhos de Nick se suavizaram ao fitar Sandra. Ele acreditava em cada palavra daquela conversa fiada, e meu coração se despedaçou ao vê-lo olhar para ela daquela maneira. Aquele olhar gentil, que um dia foi reservado apenas para mim, sua esposa, agora pertencia a outra.

— Não fique triste, Sandra. Você não é a cruel que esteve me traindo, roubando e conspirando nas minhas costas — Comentou Nick, com frieza. — Você não a instruiu a tomar aqueles comprimidos para evitar uma gravidez, tampouco a empurrou escada abaixo.

Então ele se virou para mim e disse:

— Eu juro, Olivia, você vai pagar por cada coisa que fez. Enquanto eu estiver vivo, você nunca terá paz.

A temperatura pareceu cair ao meu redor, fazendo arrepios percorrerem pela minha espinha. Naquele instante, ficou claro que ele falava sério. Nunca imaginei que fosse capaz de algo assim - nem de dizer palavras tão carregadas de ódio. O impacto foi inevitável, e as lágrimas simplesmente começaram a escorrer.
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