(Ponto de Vista de Olivia)Enquanto eu permanecia trancada na cela, meus pensamentos voaram imediatamente para minha avó. O que aconteceria com ela agora que eu estava presa? Meu peito se apertou ao pensar nela e em sua saúde frágil. Saber da minha prisão poderia ser um golpe fatal para ela.Nick se virou para o policial.— Ela está proibida de receber visitas e não tem permissão para sair. Deixe-a definhar nesta cela. Se morrer aqui, pouco me importa!Meu coração se despedaçou em mil pedaços. Senti um calor intenso e me esforçava para respirar. Como minha avó saberia que eu estava bem se eu não pudesse receber visitas? Isso a mataria! Minha garganta parecia estar se fechando, ameaçando acabar com meu ar a qualquer momento. Eu queria desistir, mas então vi o brilho de satisfação nos olhos de Sandra e uma determinação queimou dentro de mim. Eu não deixaria aquela bruxa vencer.Naquele momento, eu estava ensopada de suor, com os olhos arregalados. Eu tinha certeza de que parecia pálida c
(Ponto de Vista de Olivia)Eu estava sentada na cela escura da prisão, pensando no meu bebê e como ele iria sobreviver em um lugar como aquele. Eu já não me importava comigo mesma - podiam me manter ali o tempo que quisessem - mas meu bebê por outro lado não merecia aquilo. Ele não merecia nascer em uma prisão ou sofrer por causa dos meus pecados.Era apenas o segundo dia da minha prisão, e a polícia estava cumprindo a palavra de Nick, não me deixando sair. Mas eu achava que estavam indo longe demais, já que não me forneceram comida desde que cheguei.Seria ideal que meu estômago permanecesse vazio. Os enjoos matinais já haviam começado, mas, apesar disso, a fome persistia - mesmo sabendo que qualquer coisa que eu comesse não tardaria a voltar.— Meu bebê querido. — Disse, acariciando minha barriga. — Lamento que você tenha que passar por isso. Não queria que sua chegada ao mundo fosse assim. Mas eu prometo, vou te proteger. Seu pai jamais saberá da sua existência, e nunca mais poderá
(Ponto de Vista de Olivia)NOVE MESES DEPOISA prisão havia sido difícil, não só por causa da minha gravidez, mas pela maneira como fui tratada. Mas havia uma coisa pela qual eu era grata - Ethan cumpriu sua palavra. O guarda que ele subornou continuava trazendo vitaminas e cuidando de mim como havia prometido.Mas, quando ele não estava por perto, os outros "esqueciam" convenientemente de me alimentar. Houve dias em que eu estava tão faminta que meu estômago doía. Em um desses dias, gritei até que alguém finalmente apareceu. Mas, em vez de comida, recebi uma surra.Me bateram tanto que fiquei com um olho roxo e hematomas por todo o corpo. Mas, apesar de tudo, eu protegia meu bebê. Mesmo depois da surra, não me deram comida. A partir daquele dia, aprendi a ficar em silêncio quando aquele policial não estava por perto.Racionava minha comida, comendo pequenas porções e guardando um pouco para o caso de não conseguir comida no dia seguinte. Eu estava apenas pele e osso, e me preocupava c
(Ponto de Vista de Nick)Dois anos se passaram desde que aquela mulher me humilhou, desde que descobri que ela roubou milhões de mim.Como pude ser tão estúpido e cego? Quando Sandra me contou que Olivia teve algo a ver com o que aconteceu com minha mãe tantos anos atrás - como se conheceram, como Olivia “por acaso” a salvou de ser atropelada por um carro - eu recusei acreditar a princípio. Achei que minha esposa nunca seria capaz de algo assim.Então, ela me deu aquela gravação da ligação delas, onde Olivia admitiu tudo: como ela havia encontrado sua “galinha dos ovos de ouro”, como a vida dela iria mudar, como ela e a avó estavam se beneficiando. E como se isso não fosse suficiente, ela roubou de mim. Sandra me mostrou as provas.Recuperei parte do dinheiro, mas foi apenas uma pequena fração. Pensar nela ainda me enchia de raiva. Como ela pôde ser tão cruel? Minha mãe a amava!— Nick! — A voz de Sandra me tirou dos meus pensamentos. — Já está quase na hora de pegar seus pais. Eu esto
(Ponto de Vista de Nick)Meus pais haviam saído, e Sandra surgiu da cozinha. Ela estava chorando, e eu não gostava disso. Não entendia por que meus pais seriam tão cruéis com ela. Ela não foi a culpada por tudo o que aconteceu comigo; foi ela quem me salvou de uma situação ruim e me mostrou o tipo de esposa que eu tinha.Eu não entendia por que eles a tratavam daquela forma.— Sandra, me desculpe tanto. Eu vou falar com eles novamente e fazer com que entendam. Vou mostrar as provas dos crimes de Olivia, e então eles vão acreditar em mim e aceitar você como minha amiga próxima.Acolhi-a em meus braços e a consolei.— Não a tire de lá, Nick, tenho medo do que ela pode fazer comigo quando sair. Por favor, deixe-a lá. — Ela chorou ainda mais, apertando meu coração. Eu queria poder deixá-la lá; queria que ela ficasse mais tempo ali, mas meus pais não estavam brincando quando disseram que me deserdariam se eu não a soltasse.— Não se preocupe, eu vou te proteger. Aquela mulher nunca mais vai
(Ponto de Vista de Olivia)A prisão se tornou um inferno para mim depois que dei à luz. O policial que havia me ajudado antes foi transferido dois dias depois. Acho que ele ficou tão traumatizado com o que viu que não quis mais ficar perto de mim. Eu tive uma infecção depois do parto, mas não sabia que era uma infecção. Achei que eram apenas os efeitos colaterais do parto.Ninguém me disse o que era normal ou não naquela situação. A última boa ação do policial foi informar o médico sobre o que eu estava sentindo, quando pedi a ele. O médico me examinou e disse que eu estava com uma doença chamada PID (Doença Inflamatória Pélvica). Ele explicou que bactérias haviam infectado meu útero e as áreas ao redor depois do parto.Ele me deu alguns remédios e disse que eu ficaria bem após tomá-los. Eu tomei os remédios por um dia, até aqueles animais decidirem que eu merecia uma surra, porque Nick havia dado a ordem.Eles me espancaram tanto e jogaram os remédios no vaso sanitário. Nunca contaram
(Ponto de Vista de Olivia)Eu me senti completamente vazia enquanto estava naquele carro.— Me leve até o túmulo dela, eu quero visitá-la. — Eu queria contar a ela o quanto sentia por não ter estado lá para ela, por não ter conseguido cuidar dela como ela fez por mim quando meus pais morreram. Queria pedir desculpas por ter causado sua morte.— Não sabemos disso, mas vamos descobrir e te avisar.Eu assenti, queria perguntar para onde estavam me levando, porque minha casa com Nick já não era mais meu lar. Deixou de ser meu lar no dia em que ele me mandou para a prisão. Eu não me importava para onde me levavam, isso já não fazia diferença para mim. Minha avó estava morta, agora eu só tinha meu filho.Olhei pela janela enquanto dirigíamos e o lugar parecia familiar, mas ao mesmo tempo diferente. Havia alguns prédios novos que eu não conhecia, provavelmente construídos enquanto estive lá dentro.— Você não quer comer alguma coisa, Olivia?Minha sogra perguntou, sentada ao meu lado. Ela não
(Ponto de Vista de Olivia)Eu gostaria que ele tivesse vindo. Nem sei por que ele não apareceu na prisão para me entregar aqueles papéis de divórcio. Esperei por ele, estava pronta. Por que ele não fez isso?— Não, mas eu quero me divorciar dele, você pode dizer para ele trazer os papéis de divórcio e eu os assinarei.Eu não queria mais nada com aquele homem, nunca mais. Tudo o que eu queria era que ele me libertasse e me deixasse em paz. Aqueles papéis de divórcio iriam ser a chave da minha gaiola. Minha sogra não fez mais perguntas depois disso.Dirigimos até a casa deles; ainda estava igual como eu me lembrava.— Você ainda não quer comer nada?Balancei a cabeça em sinal de negativa.— Não estou com fome, mas gostaria de descansar.Ela assentiu. Meu sogro ficou em silêncio o tempo todo.— Você sabe onde é o seu quarto. Pode ir descansar.Eu não queria dormir no mesmo quarto que costumava dividir com o Nick quando viemos visitá-los.— Posso usar outro quarto, por favor, e posso pegar