Eu não tinha mais escolha. A ligação precisava ser feita, e cabia a mim fazê-la. Não havia mais volta. O peso da decisão caía sobre mim como uma rocha, mas eu não hesitei. Aquilo fazia parte do trabalho naquele momento, a parte mais difícil. E se eu quisesse sustentar aquela família, aquela operação, eu precisava agir com firmeza.
Sem pensar duas vezes, respirei fundo, tentando me controlar, e peguei o celular mais uma vez. Meus dedos se moveram rapidamente pela tela, discando o número que selaria o destino deles. Não havia espaço para piedade, nem para hesitação. Eu tinha terminado de bancar o bonzinho.
O celular chamou, e então a voz dele atendeu, mais cansada do que o normal.
— Me diga o que os ratos andam dizendo. — Exigi, com um tom seco, direto e profissional.
Do outro lado, veio um longo suspiro. Ele não pareceu surpreso com a minha pergunta, mas dava para sentir a tensão na voz. Aquilo só aumentava a minha frustração.
— Eles estão se reunindo. — Disse ele, com a fala arrastada