XANDER
Eu estava parado à janela, observando o sol descer no horizonte e tingir o céu com um brilho âmbar, enquanto a brisa suave trazia o aroma da terra fresca e a tranquila promessa do entardecer. Inspirei fundo, sentindo o ar frio preencher meus pulmões e, por um instante breve, me permiti sentir paz, embora soubesse que essa sensação seria passageira. Afinal, pensei, talvez hoje fosse o dia em que me reuniria com meu pai no pós-vida, e o peso dessa constatação apertou dentro de mim, porque, por mais bela que fosse a cena diante dos meus olhos, ela não poderia esconder a amarga verdade que corroía o meu interior.
Então, soltei o ar que vinha prendendo e me virei, afastando para o fundo da mente os pensamentos sobre a morte, já que ainda havia trabalho a ser feito e eu não podia me dar ao luxo de ceder a esse tipo de fraqueza.
Em seguida, caminhei para dentro novamente, com os passos abafados pelas tábuas gastas do piso, e encontrei Olivia ainda deitada, com o corpo tenso, o rosto pá