Ponto de Vista: Amara
O vento frio da noite cortava meu rosto como pequenas lâminas enquanto eu caminhava em silêncio pela estrada que descia da colina da mansão dos gêmeos. A lua cheia iluminava o caminho, prateando as árvores altas e o gramado úmido. Eu olhei para trás uma última vez — a grande casa, com suas janelas brilhando ao longe, parecia me observar como se soubesse que eu estava prestes a fazer uma loucura.
Mas eu precisava de respostas.
Precisava descobrir quem eu realmente era.
Arthur e Apolo jamais me deixariam sair sozinha, e eu sabia disso. Eles me protegeriam com a própria vida, mas, naquele momento, o medo de nunca entender minha origem falava mais alto. O sonho com aquela mulher — a de olhos coloridos, um verde e outro azul — não saía da minha mente. O jeito que ela segurava o arco e disparava as flechas com força e propósito… e a menina de cabelos brancos dizendo “aquela é nossa mãe”.
Aquela frase me assombrava.
Aquela imagem parecia mais real do que um simples so