Capítulo — Ponto de Vista de Amara
Desde o momento em que contei o sonho aos gêmeos, eu soube que havia algo errado. O jeito como Arthur me olhou — os olhos desviando ligeiramente, como se tivessem visto um fantasma — e a forma como Apolo ficou em silêncio, tenso, tentando controlar cada movimento do corpo, me deixaram com a sensação de que eles escondiam algo. E quanto mais o tempo passava, mais essa sensação crescia dentro de mim, como uma raiz tomando espaço, apertando meu peito.
Eles disseram que a mulher dos olhos coloridos era uma guerreira antiga, uma rainha que havia lutado ao lado da Deusa da Lua, uma lenda entre os lobos. Mas o modo como evitaram falar o nome dela, a hesitação, o cuidado em escolher cada palavra... tudo isso me fez perceber que havia muito mais por trás daquela história.
E quando, horas depois, o nome Annabelle ecoou na minha mente — como um sussurro que vinha do fundo da alma —, tudo começou a fazer sentido.
Annabelle.
A mesma mulher que Benjamin e Bernardo