Capítulo 62
Lucia Bianchi
Eu danei em explorá-lo também — passei a boca pelo queixo, desenhei uma linha de beijos na direção do pescoço, parei onde os batimentos contam uma história mais forte. Ele deixou a cabeça pender um pouco.
— Lucia… — o meu nome na voz dele sempre parece uma promessa que já está sendo cumprida.
— Fala. — pedi, brincando, e mordi de leve o lugar onde ele é mais sensível. Um aviso, nada feroz.
— Não me faz esquecer da hora. — ele sorriu, mas sentia. — Eu preciso voltar.
— Ainda temos muito. — segredei. — E eu sei… quando você volta, volta outro.
Ele inclinou o corpo, fazendo a água subir na borda e derramar um pouco — um transbordamento que diz que mesmo o controle tem prazer. Passou a palma inteira da mão pelas minhas costas, da nuca ao cós invisível. Não nomeou, não pediu licença para aquilo que nós dois já havíamos dito “sim” tantas vezes. Mas hoje cada “sim” tinha a delicadeza de quem sabe que a paz é animal arisco: basta um gesto brusco e ela foge.
— Me fal