Capítulo 63
Don Vinícius
Eu teria ficado ali. Mais cinco minutos. Dez. A pele dela ainda estava na minha mão. Mas dever não discute com desejo.
— Fica em casa hoje — falei, secando o cabelo e pegando a pistola onde eu sempre deixo. — Porta trancada, celular por perto, João vai deixar dois no corredor e mais dois no jardim. Ninguém entra, ninguém te chama. Se alguém bater, você não atende. É ordem, Lucia.
Ela assentiu, e não foi um “sim” manso: foi um “sim” de quem entende a guerra e escolheu me ter vivo no final dela.
Desci as escadas e o mundo voltou a falar a minha língua.
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. Fui até o reduto. João Miguel me esperava na sala fria. No canto, a bancada de aço com tudo aquilo que em outro lugar chamariam de ferramentas. Aqui, são lembretes.
— Don — ele disse, passando o pano de sangue seco das mãos. — Tá desidratado, com o ombro deslocado e dois cortes superficiais. Teimoso.
Olhei para o centro da sala.
Federico estava sentado na “cadeira do porto” — ferro p