Narrado por Khaled Rashid
Às vezes, o silêncio é mais cruel do que qualquer grito.
Estava sentado em minha sala privada, onde poucos pisam. Era um dos poucos lugares da mansão onde eu podia respirar sem o peso dos olhos dos outros. O copo de uísque repousava intocado sobre a mesa de vidro. O líquido âmbar refletia as luzes suaves do teto, dançando como se zombasse de mim.
Meus pensamentos não paravam.
Um herdeiro.
Era o que meu pai queria. Era o que o conselho queria.
Era o que o nome Rashid exigia.
E talvez... fosse o que eu mesmo deveria desejar.
Mas havia uma parte de mim — obscura, doentia, possessiva — que se recusava a aceitar a ideia de dividir Lara.
Nem com o mundo.
Nem com outra mulher.
Nem com um filho.
Um bebê.
Só de imaginar outro ser humano tocando o corpo dela, mamando em seus seios, tomando seu tempo, arrancando suas atenções… meu estômago virava.
Ela era minha.