Narrado por Natália
Aquilo era pra ser só mais uma noite tranquila.
Bianca e eu tínhamos acabado de jantar num restaurante elegante, a poucos metros do hotel. Pedimos vinho, rimos dos turistas exagerados que tiravam fotos em cada prato, e falamos sobre o plano de “reaproximação” com Lara como se fosse um jogo.
Só que não era.
E a gente esqueceu disso.
— Amanhã a gente bate de novo na casa dela. — disse Bianca, passando batom no reflexo do espelho do celular. — Com aquele olhar de irmã carinhosa e arrependida. Quem sabe até com um presentinho.
— E se ela não deixar a gente entrar?
— A gente inventa qualquer coisa. — ela deu de ombros. — Mulheres são emocionais. Alguma hora ela vai ceder.
— Você viu a cara dela no hotel? Ela nos odeia.
— E o que você espera? A gente nunca gostou dela mesmo. Mas agora ela é a chave. Khaled pode ser bruto, mas ela é o ponto fraco.
Nós rimos. Ignorantes.
Estávamos a uma quadra do hotel. Andávamos pela calçada, distraídas, cheias de si.
Até que tudo escurec