Antes de ir se recolher, Artur ainda deu a cartada final, quando aproximou-se de mim e segurou minha mão com firmeza.
_Você é bem-vinda aqui, minha filha. Não esqueça disso.
E, sem me dar tempo de reagir, ele juntou nossas mãos, a minha e a de Enzo, me dando uma sensação estranha e as apertou, como quem sela uma promessa diante de toda a casa.
O silêncio que se seguiu foi pesado com Sandra que parecia ter engolido cacos de vidro, e com a mãe de Enzo que fechou-se em fúria silenciosa, e Renato, do outro lado, apenas nos observava com aquele olhar ambíguo, meio de cobiça, meio de desdém.
Ele tinha chegado a meio do jantar, tal como Sandra.
Pareciam até aqueles casais que combinavam comer na casa dos pais.
Pensei e ri silenciosamente das minhas provocações.
No fim, Artur se retirou satisfeito, como um general que termina a batalha sabendo que venceu.
E nós dois ficamos ali, de mãos presas, sem ter como escapar da encenação que, pouco a pouco, começava a se tornar uma pris