VICTORIA:
Por um momento, acreditei que a distância recém-imposta me afogaria. Eu podia sentir como cada palavra que acabara de pronunciar se afundava em meu peito como uma daga fria e cruel. Mas não me movi. Não pisquei. Não permiti que a devastação que habitava em meus olhos transparecesse um ápice da minha vulnerabilidade.
—Quem te disse que quero algo de você além do que combinamos? —empurrei-o com força, fazendo com que ele recuasse dois passos—. Não volte a fazer isso. Arranquei com raiva o lenço do seu bolso e limpei a boca com fúria, colocando-o de volta ali. Ele me olhou friamente sem dizer nada. Ambos ficamos nos olhando em um silêncio pesado e sufocante. Nossa aliança se transformou em um campo de batalha invisível, onde as palavras continuavam soando como disparos que feriam, mas não matavam.