Os conselheiros saíram do salão oval em silêncio e o conselheiro chefe dispensou os outros para seguirem seu caminho. Ele andou pelos corredores aflitos, sentia em Amélia um espírito rebelde que o incomodava, ele seguiu de volta pelo salão oval, tinha decidido que deveria confrontar o Rei. Seu sobretudo arrastava pelo chão, sabedoria era o que os conselheiros carregavam como seu sobrenome. Por longos tempos, eles cuidavam de Reis, mas este em particular incomodava o conselheiro, era rebelde, dificilmente escutava-o, ele preferia que o segundo irmão assumisse, mas na disputa entre ambos pelo trono, o segundo irmão não venceu a batalha, assim assumiu aquele em que os conselheiros menos aprovaram tornando-se o Alpha supremo.-- Voltou -- a voz do Rei era sarcástica, algo que o conselheiro já estava acostumado em seu Rei -- não me lembro de ter lhe convocado.-- Vim por minha própria vontade, Majestade -- o conselheiro se aproximou ajoelhou-se de frente para o Rei em clemência -- necessit
Amélia acordou assustada aquela noite o seu corpo tremia suas mãos mal conseguiam se mover, mas ela colocou a mão sobre seu pescoço, bateu em seu rosto duas vezes. Viva, ela dizia a si mesma, ainda estava viva, era tudo um pesadelo, ela colocou novamente a mão sobre sua barriga, queria esquecer aquele dia, mas também tinha medo de esquecer por completo, ela decidirá que o único caminho a seguir era o da vingança. Ela tirou os lençois de seu corpo, não conseguia mais dormir pegou o casaco em seu guarda roupa e saiu porta a fora.Não sabia ao certo para onde devia andar, mas o ar fresco que vinha do jardim aliviava o pesadelo e os gritos dela em seu sonho. Ela andava se arrastando segurando na parede quando tocou os pés na grama, deixou que seu corpo caísse ao chão, medo, ela tinha medo. A brisa e a lua fazia com que seu corpo relaxasse ela podia sentir que estava revigorada pela luz que vinha da lua que brilhava intensamente naquela noite. Mas então ela sentiu a presença, seu corpo enr
Amélia não sabia o que devia responder ainda olhava para um lado e para o outro à procura de David, ela não conseguia responder, porque lá no fundo em algum lugar de seu coração, ela sentia, sentia alguma coisa por ele. Era a lembrança em sua garganta, a dor que vinha de dentro dela do filho que não havia nascido que lembrava a ela de sua vingança, mas ele fora seu marido, o homem que desejou todas as noites, ela não poderia odiar ele como ela queria, mas ela o fazia.-- O levou para onde? -- Responda a minha pergunta -- o Rei deu um passo para frente, assustada, Amélia andou para trás -- ainda o ama? Ainda o quer depois de tudo?-- Não interessa o que desejo -- Amélia ignorou as mãos trêmulas e a voz vacilante continuou falando com toda raiva que estava dentro dela -- não interessa, você não sabe de nada -- ela colocou a mão sobre sua barriga -- não sabe de nada.-- Então conte-me o que deseja, conte-me o que quer, tudo, tudo será seu, o que desejar, peça-me. Amélia levantou sua cab
Amélia usava um capuz sobre a sua cabeça enquanto seguia dentro da carroça para a casa de seu pai, ainda sentia calafrios, eles não haviam vindo ao casamento, não sabia se a notícia havia chegado. Que agora ela era noiva do Rei, Abigail sentava à sua frente, não falava uma única palavra, volta e meia encarava Amélia que não lhe dava a menor atenção. Amélia tinha em mente uma única coisa, saber tudo sobre feitiços, tudo sobre as bruxas, lendas que o povo do sul sempre falava.Um poder mágico adormecido há muito tempo atrás, o povo do sul, o clã do pai de Amélia era muito importante pelas lendas que carregava. Ela precisava saber como havia voltado no tempo, como havia chegado ali, qual era motivo de tudo isso, ela sabia que não podia contar tudo, não sabia ao certo como falaria ou como começaria, mas tinha que extrair alguma coisa.-- Estamos perto -- disse Abigail virando seu rosto para a janela certificando que já estavam se aproximando -- nenhuma carta foi enviada pela sua família
Amélia sentou-se e o Rei ficou de pé ao seu lado, seu pai olhava ainda com o rosto muito fechado para sua filha. A mãe de Amélia estava em pé ao lado de seu marido, agora, em completo silêncio, ambos estavam no gabinete, o clã sul ao qual seu pai era responsável era muito temido, o Rei sabia muito bem disso, ambos tinham respeito mútuo. O silêncio na sala incomodava Amélia, mas ela sabia que não deveria dizer nada deixaria que o Rei desse conta do assunto, ela sabia que qualquer erro vindo dela sua cabeça estaria em prêmio, é ela sabia que seu pai não ligaria para ela depois de sua traição.-- Amélia agora pertence somente a mim. A voz do Rei era irritante para Amélia, o jeito que ele falava dela a incomodava imensamente, mas ela continuou com o rosto imparcial quando seus pais encararam seu rosto.-- Estão casados? -- Nosso casamento será na próxima lua cheia -- o Rei colocou sua mão sobre o cabelo de Amélia alisando ele demoradamente, fazendo com ela sentisse uma leve sensação de
-- Meu filho -- gritou Amélia em desespero enquanto a levavam pelo palácio o homem à sua frente era quem ela dera seu coração, mas lá estava ele andando com sua amante do lado seguindo com ela toda machucada, sangue saia de boca o corpo doía com tantas batidas em seu corpo, não podia gritar, mal conseguia falar -- Estou grávida. Dizia em desespero para o homem que um dia pensou amar, mas ele não olhava para trás nem encarava seu rosto, ela não o reconhecia e não compreendia o que estava acontecendo, traída era tudo que passava em sua cabeça, ela tinha sido traída por aquele que um dia ela jurou seu amor eterno.-- Fique quieta -- disse a amante abrindo a porta, Amelia foi lançada para dentro do pequeno quarto escuro, ela não conseguia ver nada mesmo com a força de um lobo que ela tinha estava cansada demais para conseguir sequer rugir na direção de seu esposo -- este filho que carrega é um bastardo, por isso, está condenada ambos a morte.-- Ele é seu meu príncipe -- ela colocou sua
-- Nosso filho -- Amélia segurou na barriga mais uma vez encarando o rosto de seu amado esperando por alguma centelha de seu amor para ela, mas tudo que via em seus olhos era uma fúria sem fim, ele andou até ela, ela arrastou-se até ele segurando em sua calça, ele a chutou sem nenhuma dor ou piedade o corpo de Amélia foi jogado para trás, o rosto contra o chão as mãos trêmulas, ela não conseguia entender estava grávida era um filho dele, ela não podia matar sua própria prole -- estou grávida é seu filho, por Deus, não faça isso. Ela virou para a amante para a sua empregada estava atrás dele com, ela sentia a presença dela que um dia havia chamado de amiga a sua risada era cruel a porta havia sido fechada minutos depois, escuridão era tudo que conseguia ver, eles já não estavam mais ali, estava sozinha. Ela dormia e acordava constantemente em seu sonho tudo voltava ao normal, ela acordava em sua cama a empregada corria em sua direção com seu sorriso angelical a ajudava a vestir-se a e
Amelia gritou, esperneou e tentou correr para longe, ela via mais a frente na frente do palácio o que lhe esperava. O príncipe cortaria sua cabeça na frente do palácio, a sua empregada estava parada sorrindo em sua direção enquanto ela era levada para um palco, ela serviria de atração para todos os empregos. Ninguém se importava com ela, ela era aquela que um dia andou pelos corredores com todos sorrindo e a servindo, mas agora estavam todos de cabeça baixa esperando que sua morte acontecesse.--Por favor -- ela ainda continuava sendo arrastada pelos degraus sendo posicionada com a cabeça na madeira a cesta a sua frente fez com que seu corpo reagisse as mãos em sua barriga, ela gritou para qualquer um que estivesse à sua frente com esperança que alguém ouvisse sua voz -- estou gravida, por favor.Tudo que pensava era em seu filho no ventre, mas já era tarde havia feito a escolha errada sua família sempre esteve certa. Se tivesse ouvido seu pai, se tivesse seguido o plano de seu pai, t