Amélia não se importava com as palavras do Rei, mas elas ainda estavam sobre a sua cabeça, ajeitava o vestido, enquanto tremia um pouco. Ajeitava o cabelo, o vestido de noiva estava sobre a sua cama, mal conseguia acreditar no que havia acabado de acontecer, mas ela continuava repetindo a si mesma, vingança, ela tinha que continuar a sua vingança. Ela levantou-se, encarou o vestido e as memórias de seu casamento colocou a mão sobre a sua barriga lembrando a si mesma que já não tinha mais nada ali, ele estava morto. Quando a porta bateu, um sorriso malicioso tocou os lábios de Amélia.
-- Entre. Abigail entrou rapidamente fechando a porta em seguida seu rosto ainda estava transtornado pelo que havia acabado de presenciar, mas tinha que manter as aparências em frente de Amélia, ela abaixou a cabeça em silêncio.
-- Mandou me chamar Senhora -- sua voz vacilou um pouco, Amélia havia notado, o vestido ainda estava sobre a sua cama, ela o tocava enquanto sorria -- senhora, o príncipe está muito decepcionado com você.
-- Eu também estou -- ela pegou o vestido, então jogou em sua direção -- agora, você está livre para poder se casar com ele. Abigail levantou seus olhos para Amélia confusa, ela então ajoelhou-se com as mãos trêmulas Amélia sentou-se na cama, passando as pernas por cima da outra encarava as unhas ignorando completamente Abigail de joelhos à sua frente.
-- Não estou entendendo -- respondeu Abigail apavorada -- sou leal a minha senhora, sou leal.
-- Mentira -- gritou Amélia incapaz de conter toda a sua raiva -- é amante dele, não minta para mim? Ela levantou seu rosto assustada, correu para sua direção segurou seus pés e em seguida começou a beijar cada um deles, lábios frios pensava Amélia, víbora, tentando fazer com que ela acreditasse em sua inocência.
-- Nunca, nunca -- repetia entre os beijos -- se é por isso que desistiu do casamento, saiba que é uma mentira, alguém está tramando contra o príncipe.
-- É quem tramou contra ele? Perguntou Amélia pegando no rosto de Abigail, mas tudo que ela conseguia ver nas lágrimas eram falsidades.
-- O Rei -- sussurrou encarando a porta, Amélia a soltou em seguida, levantando-se andando até a janela encarando o jardim do castelo, casa, pensou, devia ir aos seus pais, devia ir para casa, mas não podia voltar por completo, pensava, ela tinha que terminar sua vingança -- o Rei sempre odiou o irmão, ele deve ter implantado essas mentiras em sua cabeça, não confie nele. Cenas de seu passado voltavam em sua cabeça, ela colocou a mão em sua barriga novamente enquanto se lembrava das falas dos anciões "-- Seu irmão não está presente para esta reunião -- Amélia foi jogada na frente de conselheiros quatro deles estava em volta dela, conselheiros do Rei, ela manteve a cabeça baixa sentia um frio na espinha e uma sensação muito fraca para poder falar -- deseja continuar sem ele?"
-- Por qual motivo ambos se odeiam? Os anciãos conselheiros do Rei jamais poderiam fazer nada, absolutamente nada sem a concessão do Rei, mas eles haviam matado Amélia, haviam decidido sem a presença do Alfa, o que significava que seu irmão, estava tramando contra o Alfa, ele não só queria matar Amélia, ele também desejava a cabeça do Rei.
-- Ele tomou o poder -- disse baixinho como se as paredes pudessem escutá-las -- pertencia a seu irmão, ao seu amado, ele é perigoso, precisa entender que não pode casar com ele. Amélia já não lhe dava mais ouvidos, ela tinha que contar ao Rei que seus conselheiros estavam tramando junto ao seu irmão. Virou seu rosto ao mesmo tempo que Abigail abaixava a sua cabeça para o chão, ela pegou o vestido novamente e jogou na frente de Abigail.
-- Ele é seu, minha querida -- riu -- não esqueça de deixar o quarto impecável.
Ela não deu chances para que Abigail pudesse dizer alguma coisa. saiu de seu quarto aposento real e prosseguiu pelos corredores, havia andando por eles, mas não se lembrava uma única vez de ter visto o Rei. Seu noivo sempre dava um jeito de manter ela longe dele, sua desculpa era que seu irmão, assim como sua família proibiam o casamento de ambos. Na verdade Amélia não sabia de mais nada, só tinha certeza de que todas as palavras vindas dele eram mentiras, ele escondia muito coisa, precisava avisar ao Rei, precisava dessa vez mudar o destino ao seu favor.
-- O que deseja? Os guardas no salão oval fecharam a espada na frente de Amélia, ela deu um passo para trás assustada enquanto eles encaravam ela com certo nojo e repulsa, inimigos pensava ela, todos pareciam, agora, seus inimigos.
-- Quero ver o Rei. Disse com firmeza, então deu um passo para frente, mas as espadas, agora, estavam apontadas para o seu pescoço, ela manteve o rosto contorcido, não deu passo para trás, a ponta das duas facas estavam centímetros perto de sua pele, mas ela não iria retroceder.
-- Apenas aqueles chamados pelo Rei -- disse os guardas em conjunto -- podem entrar -- eles ainda mantinham a faca sobre ela -- sua presença não foi convocada.
-- É um assunto de extrema importância, não tenho tempo para ser convocada. Ela não sabia o que faria a seguir, mas manteve-se na frente dos guardas que olharam um para o outro, mas mantiveram a faca na direção de seu pescoço, eram leais, pensava Amélia consigo mesma, mas não confiaria em nenhum deles, ela não confiaria em mais ninguém.
-- Não pode entrar -- no mesmo instante, ambos caíram no chão as espadas foram juntos uma dor latente atravessou ambos que gritaram de dor, Amélia assustou-se indo para trás, não sabia o que estava acontecendo, as veias apareciam no pescoço de cada um deles de tanta dor que sentia a porta à sua frente foi aberta em seguida -- o Rei a convoca. Disseram os dois em completa agonia, Amélia entrou no salão, o Rei estava sentado em seu trono, é em minutos estava a sua frente, seu rosto tão perto que Amélia não teve tempo de se afastar, ele pegou em seu pescoço, levantando passando a mão onde a faca, a ponta da faca havia tocado nela, sua mão era quente, muito quente, fazendo o corpo de Amélia sentir sensações que ela jamais havia sentido com ele.
-- O que deseja de mim? Ela não conseguia falar encarava seu rosto e sua mão sobre seu pescoço não a deixava pensar no que estava fazendo no salão oval.
-- Meu senhor -- disseram os conselheiros fazendo Amelia despertar em seguida -- não é bom que a sua noiva entre sem sua altorização, noivas devem saber seu lugar.
-- Ela -- disse o Rei sem olhar para eles -- tem sempre a minha permissão para fazer o que desejar -- Amelia por fim conseguiu afastar-se do Rei -- Diga-me o que deseja?
-- Preciso falar com o senhor em particular -- disse Amélia em um sussurro sem olhar na direção dos conselheiros, ela sentia o olhar de cada um deles encarando ela, o Rei encarou seu rosto confuso, sabia que havia algo errado, mas não conseguia distinguir o que poderia ser -- é algo que envolve uma conspiração contra o senhor.-- Uma conspiração -- a voz fez com que Amélia tremece no mesmo instante, ela jamais esqueceria a voz daquele que a condenara seu filho e ela a morte, ela colocou a mão em sua barriga, o pânico dominava seu corpo novamente -- veio trazer ao Rei falsas conspirações?-- Meu Rei... Amélia não conseguia concluir o conselheiro andava em sua direção era como se ela estivesse revivendo a cena novamente, mãos amarradas, o bêbe, meu bêbe, ele matou meu bêbe, repetia ela em sua mente, andou para trás colocando as mãos sobre a barriga, ela não deixaria que tocasse nela de novo.-- O que está acontecendo? -- o Rei se aproximou levantando a mão na direção de Amélia, mas ela
Os conselheiros saíram do salão oval em silêncio e o conselheiro chefe dispensou os outros para seguirem seu caminho. Ele andou pelos corredores aflitos, sentia em Amélia um espírito rebelde que o incomodava, ele seguiu de volta pelo salão oval, tinha decidido que deveria confrontar o Rei. Seu sobretudo arrastava pelo chão, sabedoria era o que os conselheiros carregavam como seu sobrenome. Por longos tempos, eles cuidavam de Reis, mas este em particular incomodava o conselheiro, era rebelde, dificilmente escutava-o, ele preferia que o segundo irmão assumisse, mas na disputa entre ambos pelo trono, o segundo irmão não venceu a batalha, assim assumiu aquele em que os conselheiros menos aprovaram tornando-se o Alpha supremo.-- Voltou -- a voz do Rei era sarcástica, algo que o conselheiro já estava acostumado em seu Rei -- não me lembro de ter lhe convocado.-- Vim por minha própria vontade, Majestade -- o conselheiro se aproximou ajoelhou-se de frente para o Rei em clemência -- necessit
Amélia acordou assustada aquela noite o seu corpo tremia suas mãos mal conseguiam se mover, mas ela colocou a mão sobre seu pescoço, bateu em seu rosto duas vezes. Viva, ela dizia a si mesma, ainda estava viva, era tudo um pesadelo, ela colocou novamente a mão sobre sua barriga, queria esquecer aquele dia, mas também tinha medo de esquecer por completo, ela decidirá que o único caminho a seguir era o da vingança. Ela tirou os lençois de seu corpo, não conseguia mais dormir pegou o casaco em seu guarda roupa e saiu porta a fora.Não sabia ao certo para onde devia andar, mas o ar fresco que vinha do jardim aliviava o pesadelo e os gritos dela em seu sonho. Ela andava se arrastando segurando na parede quando tocou os pés na grama, deixou que seu corpo caísse ao chão, medo, ela tinha medo. A brisa e a lua fazia com que seu corpo relaxasse ela podia sentir que estava revigorada pela luz que vinha da lua que brilhava intensamente naquela noite. Mas então ela sentiu a presença, seu corpo enr
Amélia não sabia o que devia responder ainda olhava para um lado e para o outro à procura de David, ela não conseguia responder, porque lá no fundo em algum lugar de seu coração, ela sentia, sentia alguma coisa por ele. Era a lembrança em sua garganta, a dor que vinha de dentro dela do filho que não havia nascido que lembrava a ela de sua vingança, mas ele fora seu marido, o homem que desejou todas as noites, ela não poderia odiar ele como ela queria, mas ela o fazia.-- O levou para onde? -- Responda a minha pergunta -- o Rei deu um passo para frente, assustada, Amélia andou para trás -- ainda o ama? Ainda o quer depois de tudo?-- Não interessa o que desejo -- Amélia ignorou as mãos trêmulas e a voz vacilante continuou falando com toda raiva que estava dentro dela -- não interessa, você não sabe de nada -- ela colocou a mão sobre sua barriga -- não sabe de nada.-- Então conte-me o que deseja, conte-me o que quer, tudo, tudo será seu, o que desejar, peça-me. Amélia levantou sua cab
Amélia usava um capuz sobre a sua cabeça enquanto seguia dentro da carroça para a casa de seu pai, ainda sentia calafrios, eles não haviam vindo ao casamento, não sabia se a notícia havia chegado. Que agora ela era noiva do Rei, Abigail sentava à sua frente, não falava uma única palavra, volta e meia encarava Amélia que não lhe dava a menor atenção. Amélia tinha em mente uma única coisa, saber tudo sobre feitiços, tudo sobre as bruxas, lendas que o povo do sul sempre falava.Um poder mágico adormecido há muito tempo atrás, o povo do sul, o clã do pai de Amélia era muito importante pelas lendas que carregava. Ela precisava saber como havia voltado no tempo, como havia chegado ali, qual era motivo de tudo isso, ela sabia que não podia contar tudo, não sabia ao certo como falaria ou como começaria, mas tinha que extrair alguma coisa.-- Estamos perto -- disse Abigail virando seu rosto para a janela certificando que já estavam se aproximando -- nenhuma carta foi enviada pela sua família
Amélia sentou-se e o Rei ficou de pé ao seu lado, seu pai olhava ainda com o rosto muito fechado para sua filha. A mãe de Amélia estava em pé ao lado de seu marido, agora, em completo silêncio, ambos estavam no gabinete, o clã sul ao qual seu pai era responsável era muito temido, o Rei sabia muito bem disso, ambos tinham respeito mútuo. O silêncio na sala incomodava Amélia, mas ela sabia que não deveria dizer nada deixaria que o Rei desse conta do assunto, ela sabia que qualquer erro vindo dela sua cabeça estaria em prêmio, é ela sabia que seu pai não ligaria para ela depois de sua traição.-- Amélia agora pertence somente a mim. A voz do Rei era irritante para Amélia, o jeito que ele falava dela a incomodava imensamente, mas ela continuou com o rosto imparcial quando seus pais encararam seu rosto.-- Estão casados? -- Nosso casamento será na próxima lua cheia -- o Rei colocou sua mão sobre o cabelo de Amélia alisando ele demoradamente, fazendo com ela sentisse uma leve sensação de
-- Meu filho -- gritou Amélia em desespero enquanto a levavam pelo palácio o homem à sua frente era quem ela dera seu coração, mas lá estava ele andando com sua amante do lado seguindo com ela toda machucada, sangue saia de boca o corpo doía com tantas batidas em seu corpo, não podia gritar, mal conseguia falar -- Estou grávida. Dizia em desespero para o homem que um dia pensou amar, mas ele não olhava para trás nem encarava seu rosto, ela não o reconhecia e não compreendia o que estava acontecendo, traída era tudo que passava em sua cabeça, ela tinha sido traída por aquele que um dia ela jurou seu amor eterno.-- Fique quieta -- disse a amante abrindo a porta, Amelia foi lançada para dentro do pequeno quarto escuro, ela não conseguia ver nada mesmo com a força de um lobo que ela tinha estava cansada demais para conseguir sequer rugir na direção de seu esposo -- este filho que carrega é um bastardo, por isso, está condenada ambos a morte.-- Ele é seu meu príncipe -- ela colocou sua
-- Nosso filho -- Amélia segurou na barriga mais uma vez encarando o rosto de seu amado esperando por alguma centelha de seu amor para ela, mas tudo que via em seus olhos era uma fúria sem fim, ele andou até ela, ela arrastou-se até ele segurando em sua calça, ele a chutou sem nenhuma dor ou piedade o corpo de Amélia foi jogado para trás, o rosto contra o chão as mãos trêmulas, ela não conseguia entender estava grávida era um filho dele, ela não podia matar sua própria prole -- estou grávida é seu filho, por Deus, não faça isso. Ela virou para a amante para a sua empregada estava atrás dele com, ela sentia a presença dela que um dia havia chamado de amiga a sua risada era cruel a porta havia sido fechada minutos depois, escuridão era tudo que conseguia ver, eles já não estavam mais ali, estava sozinha. Ela dormia e acordava constantemente em seu sonho tudo voltava ao normal, ela acordava em sua cama a empregada corria em sua direção com seu sorriso angelical a ajudava a vestir-se a e