16. A torre de Arpid.
O sol já se erguia alto no céu quando decidi que não retornaria para casa. As palavras de Arpid ecoavam em minha mente: “Voltem amanhã, de qualquer maneira.” Hoje era esse amanhã. Meu pai, Altair, provavelmente já estaria lá, e eu não podia mais esperar. A inquietação que me consumia desde o dia anterior não me permitiria repouso até que obtivesse respostas.
Despedindo-me de Esdras com um aceno, alcei voo em direção à torre dos magos. O vento cortava meu rosto, e as asas batiam com força, impulsionadas pela ansiedade que me dominava. A cidade abaixo parecia alheia à tempestade que se formava dentro de mim. As ruas movimentadas, os mercados cheios, tudo seguia seu curso normal, enquanto eu me dirigia ao epicentro de um mistério que poderia mudar tudo.
A torre de Arpid surgiu no horizonte, imponente como sempre. Suas paredes de pedra branca reluziam sob o sol, e as janelas altas refletiam a luz como espelhos. Pousei suavemente na varanda principal e bati à porta com determinação.