14. Incertezas

A noite já começava a cair quando deixamos a torre dos magos. O céu, antes tingido por tons dourados do fim de tarde, agora mergulhava lentamente em um azul profundo, salpicado pelas primeiras estrelas. A luz das janelas altas da torre se perdia nas sombras crescentes da cidade, e atrás de nós, Arpid se sentava entre livros e pergaminhos, envolvido pela luz pálida das velas e pelo mistério do colar que acabáramos de lhe entregar.

Meu pai e eu saímos em silêncio. As palavras de Arpid ainda ressoavam em minha mente: “Este colar carrega mais do que poder — ele carrega história. Deem-me um tempo. Não o mostrem a ninguém, e voltem para casa. Eu os chamarei quando for a hora.” Seu tom era firme, quase grave, e mesmo sua expressão — geralmente serena e levemente cínica — estava carregada de uma seriedade que me deixou inquieta.

Descemos as escadas espiraladas da torre até a base, onde os ventos da noite já começavam a se erguer. Nossas asas se abriram automaticamente, como se nossos corpos
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