Luna Narrando
Faz alguns dias que eu e o Marcos estamos em Fortaleza. A brisa do mar, o sol batendo suave no rosto e o som das ondas quebrando na areia têm sido um alívio pra alma. Depois de tudo que passamos, estar aqui parece um respiro merecido. Pela primeira vez em semanas, eu vejo o Marcos melhor. O semblante dele tá mais leve, ele voltou a sorrir de verdade e isso me acalma também. A gente passa boa parte do tempo caminhando pela praia ou deitado na rede, falando besteira, rindo à toa. Era o que a gente precisava. Pelo menos até hoje.
Meu pai chegou.
A visita foi de surpresa. Quando abri a porta e vi ele ali, com aquela cara séria e cansada, meu estômago revirou. Ele entrou dizendo que veio só pra conversar, mas eu sabia que não era qualquer conversa. Era coisa séria. Ele não viajaria do Rio de janeiro para Fortaleza por qualquer coisa, é porque o mundo tá desabando de novo.
Nos sentamos na varanda, de frente pro mar. Marcos veio logo depois, com uma água de coco na mão. Sentou