Flora Narrando
Hoje o dia foi puxado de um jeito que eu nem sei explicar. Acordei já cansada, com uma agenda lotada de reuniões e compromissos que pareciam não ter fim. Mal tive tempo de tomar um café decente, só engoli uma torrada enquanto checava os e-mails e respondia mensagens pendentes no celular. O relógio marcava sete e meia da manhã quando cheguei no escritório, e dali em diante foi uma sequência insana de reuniões.
A primeira foi com o setor financeiro, tentando entender um desvio no orçamento de uma das obras. Depois veio uma reunião com o jurídico sobre um contrato que precisava ser revisto com urgência. Nem bem terminou essa, já emendaram uma apresentação de uma nova proposta de parceria que meu pai estava acompanhando de perto. Sentei, levantei, sentei de novo, troquei de sala umas dez vezes. Meu pai até brincou:
— Hoje você vai dormir aqui, filha?
— Se depender da quantidade de reunião, acho que vou — respondi, meio rindo, meio querendo chorar.
Eu ainda nem tinha almoça