Flora Narrando

Levantei antes do despertador tocar. Meu corpo já está condicionado, mesmo depois de uma noite mal dormida ou melhor, mal sonhada. Ainda sentia o eco do toque de Evan na minha pele, mesmo sabendo que foi só devaneio. Um devaneio absurdamente vívido.

Fui direto para o banho. A água quente deslizou pelos meus ombros, relaxando os músculos, mas não a tensão que vinha se acumulando nos últimos dias. Fiz minha rotina matinal com a precisão de sempre: skincare, Vesti um macacão de alfaiataria branco com decote estruturado nas costas, salto alto nude e cabelo preso num rabo de cavalo alto e impecável. Meu perfume favorito seco, amadeirado, marcante. Exalo poder. E gosto que sintam isso.

Altos, os saltos ecoavam pelo corredor até a sala de jantar como um lembrete: sou CEO.

Desci e encontrei meus pais já à mesa. Minha mãe, como sempre, com um sorriso no rosto. Meu pai folheava o jornal impresso, hábito dele, quase ritual.

— Bom dia — disse, me servindo de café.

— Bom dia, fi