Flora Narrando
Passei o domingo exatamente como eu precisava: em silêncio.
Dormi a manhã inteira sem culpa. O quarto escuro, as cortinas fechadas e o celular em modo silencioso. Meu corpo pedia descanso e eu obedeci. Quando finalmente abri os olhos, já era quase uma da tarde. Desci para a área externa da casa dos meus pais vestindo apenas um maiô preto de alça fina e um óculos escuro. Estavam todos na piscina: meus pais, meus padrinhos, alguns amigos antigos da família. Conversas paralelas, risadas soltas, música ambiente e taças de espumante.
Eu fiquei calada a maior parte do tempo. Peguei um copo de suco, estiquei o corpo numa espreguiçadeira e deixei o sol bater em mim como anestesia. A água da piscina refletia em movimentos lentos, quase hipnóticos. Estava tudo exatamente no volume que eu gosto: o da tranquilidade.
Por volta das quatro da tarde, ouvi o celular vibrar. Era uma mensagem do Alexandre.
— Vamos sair mais tarde com uns amigos em comum. Topa?
Sorri de leve. Não estava