Evan Narrando
Assim que a Flora mandou eu ir até ela, eu obedeci. Não tem como resistir. Essa mulher tem um poder sobre mim que nem ela mesma parece entender por completo. Deixei a porta encostada, tirei os tênis com pressa e fui me aproximando devagar, como se estivesse entrando num território sagrado, porque era exatamente assim que ela me fazia sentir. Sagrado, desejado, inteiro.
Ela estava ali, de pé no meio do quarto, usando só uma calcinha fio dental e com o corpo ainda quente do banho. A luz suave do abajur realçava cada curva dela como se fosse feita pra me enlouquecer. O cabelo solto, levemente úmido, caía pelos ombros. Os olhos dela me encaravam com aquele brilho entre desafio e provocação, como se soubesse exatamente o efeito que causa.
Cheguei perto, devagar, sem pressa nenhuma. Passei a mão pela cintura dela, puxando devagar. Senti sua pele arrepiar debaixo dos meus dedos. Encostei a testa na dela e fechei os olhos por um instante, só respirando o mesmo ar.
— Você não te