Flora Narrando
Depois do café da manhã no hotel, descemos direto pro carro que a empresa tinha enviado. Eu sentei ao lado do Evan e olhei de relance pra ele enquanto ele mexia no celular, distraído. Aquela tranquilidade dele me desconcerta de um jeito bom. Era como se tudo o que sempre foi complicado ficasse mais leve com a presença dele.
— Evan — chamei, quebrando o silêncio.
Ele ergueu os olhos e sorriu.
— Oi, princesa.
Sorri e ele também.
— Queria te pedir desculpas. Por ontem. Por qualquer momento que eu tenha sido seca demais. Eu tô tentando, de verdade. Ser carinhosa, atenciosa. Com você é diferente. Você já me provou isso.
Ele segurou minha mão e deu um beijo leve no dorso.
— Eu sei, Flora. Eu vejo isso. E já é mais do que suficiente.
Assenti em silêncio e olhei pela janela. O trânsito era o caos de sempre, mas hoje não me incomodava. Avisei a ele:
— Vou trabalhar só pela manhã. À tarde e à noite eu sou só sua.
— Gosto de ouvir isso — ele respondeu, sorrindo daquele jeito tort