Evan Narrando
Já era fim de tarde quando saí da obra com o objetivo claro de resolver um ponto técnico com Flora. Preferi não mandar mensagem. Eu precisava vê-la profissionalmente, claro, ou pelo menos era o que eu dizia a mim mesmo. Dirigi direto até a sede da Ferraz e entrei no elevador até o último andar, onde apenas os diretores e a presidência tinham acesso.
Ao sair, fui recebido pela secretária, sempre séria, sempre eficiente.
— Boa noite, senhor Evan. Está aqui para falar com a Senhora Flora?
— Estou, sim. Pode avisá-la, por favor.
Ela assentiu, pegou o telefone e, com voz firme, anunciou minha chegada. Em poucos segundos, ouvi a voz de Flora do outro lado da linha, mesmo de onde eu estava:
— Pode mandar entrar.
Caminhei até a porta dupla e entrei. Ela estava sentada, elegante como sempre, de pernas cruzadas e postura impecável. Apenas levantou os olhos dos papéis e me observou.
— Tranque a porta, Evan.
Sem hesitar, obedeci. Girei a chave, e antes que eu pudesse dizer qualque