Flora Narrando
Após a conversa com Luna, algo em mim pareceu mais leve. Desabafar com ela, por mais simples que fosse, me fez lembrar que, apesar da armadura que visto todos os dias, ainda tenho um coração batendo dentro do peito. Mas o alívio durou pouco. O relógio já marcava a hora da próxima reunião. Respirei fundo, deixei o café de lado e ajeitei a postura.
Me levantei e caminhei até a sala de reuniões, onde parte da equipe já me aguardava. Meu pai estava entre eles, sentado à cabeceira, como nos velhos tempos. Ele havia voltado a participar de alguns projetos maiores, especialmente os de expansão da Ferraz em outros estados. Esse, em particular, tratava de uma nova planta industrial que será erguida em Belo Horizonte.
Assim que entrei, o silêncio se fez. O barulho dos saltos ecoou pela sala de vidro, junto ao meu perfume marcante que sempre anuncia minha presença.
— Bom dia. Vamos começar. — anunciei, sentando à direita do meu pai.
E começou.
O arquiteto responsável quis mostrar