Evan Narrando
Acordei antes do despertador tocar. A ansiedade misturada com expectativa era o suficiente para me manter desperto desde o primeiro sinal de luz entrando pela fresta da janela. Levantei-me com agilidade, segui minha rotina matinal com precisão: banho gelado, barba feita, um café preto forte e um pão integral com ovos mexidos. Tudo cronometrado, sem distrações.
Revisei pela última vez a pasta com meus documentos e projetos anteriores. Estava tudo em ordem. Vesti o terno grafite alinhado, ajustei a gravata azul escura e conferi o relógio. Havia tempo de sobra. Saí com antecedência.
A sede da Ferraz é imponente, moderna, como uma estrutura que se orgulha do próprio legado. A fachada de vidro espelhado refletia o céu limpo da manhã e impunha respeito logo na chegada. Respirei fundo antes de cruzar a entrada principal.
— Senhor Evan Vieira? — uma recepcionista, simpática, me interceptou ainda no saguão.
— Sim, sou eu. Primeiro dia.
— A Dona Flora está aguardando o senhor na