Ethan Narrando
Assim que estacionei o carro em frente ao condomínio da Sophie, fui direto pro interfone. Pressionei o botão com a mão suada, o coração batendo mais rápido do que deveria.
— Boa tarde, portaria — atendeu uma voz masculina.
— Boa tarde, aqui é Ethan Ferraz. A senhorita Sophie está?
— Só um minuto, senhor. Vou verificar.
O silêncio que se seguiu pareceu eterno, mesmo que não tenham se passado dois minutos inteiros. Então a resposta veio, firme e direta, como um soco no estômago.
— Ela não está no apartamento, senhor. Quer deixar recado?
Respirei fundo, tentando disfarçar a frustração.
— Tudo bem. Obrigado.
Voltei pro carro com o orgulho ferido e a mente a mil. Fiquei ali, no banco do motorista, esperando. Olhava pro prédio de tempos em tempos, na esperança de vê-la chegando. Três horas se passaram, e nada. Nenhum movimento. Nenhuma ligação. O celular dela continuava desligado, e eu não fazia ideia de qual clínica ou hospital ela poderia ter ido, se é que tinha ido mesmo.