Cristine
Abro os olhos e sou recebida por um clarão. Olho em volta e percebo que estou em um hospital. Respiro fundo e afundo minha cabeça no travesseiro, e algumas lágrimas molham meu rosto. Carlos abusou de mim, fui burra e ingênua ao aceitar sua carona e ele desgraçou minha vida.
Ouço a porta do quarto se abrir e levanto a cabeça para ver quem entra por ela. Um homem muito bonito de cabelos castanho-claro entra e sorri ao me ver acordada.
— Que bom que acordou, senhorita Cristine. Avisarei ao médico.
— Você… Você foi quem me trouxe para cá?
— Sim. Eu a encontrei no viaduto. — Fecho os olhos e respiro fundo, lembrando-me de que ele me impediu de pular. — Sinto muito por tudo que lhe aconteceu.
Sua voz era grave e sussurrada. Eu podia sentir o sentimento através dela.
Ele devia estar com pena de mim.
— Obrigada. — pedi com a voz embargada.
Mesmo que não fosse isso que eu realmente quisesse dizer.
Eu queria sumir para a dor que eu sentia sumir também. Estar salva era seguir sofrendo.
—