Sarah nunca teve uma vida fácil. Filha de pais conservadores e a mais nova de 3 irmãos, sempre fora privada de muita coisa. Sem amigos, querendo mudar de vida e prestes a concluir o curso de administração, se candidata a vaga de secretária e acaba trabalhando para o maior cafajeste que já conheceu. Henrique tem tudo o que sempre quis. Rico, lindo e amante de belas mulheres, tem todas elas jogada aos seus pés a hora que quer, porém nunca se apaixonou ou se comprometeu com nenhuma delas. Até que Sarah, uma mulher linda e fora de seus padrões, passa a trabalhar como sua secretária e, despertando assim, algo que ele não sabia explicar, mas que desejava muito descobrir o que era nem que para isso ele precisasse seduzi-la só para tê-la em sua cama e totalmente entregue a ele. Sarah parece um anjo, tímida e, ao mesmo tempo ‘sexy’ que o faz ter todos os tipos de pensamentos pervertidos. Ele, é um cafajeste que apenas fode e não se apega a ninguém, mas que desperta desejos nela que, até então, não havia sentido por homem nenhum. Será que o Cafajeste vai se render ao amor? Será que a mulher fora do padrão que a sociedade dita como "certo" vai conseguir mudá-lo? Uma mulher gorda pode conquistar o coração de um cafajeste que só pega loira padrão? Um cafajeste que não quer se amarrar a ninguém pode se render e cair de amores justamente pela mulher que foge do seu padrão? Um amor verdadeiro pode surgir da dor e do engano? O perdão é capaz de tudo, inclusive tornar uma história nada feliz em um conto de fadas? Venha descobrir e se deliciar com essa linda história de amor, superação, família e muito hot que, com certeza, irá te conquistar.
Ler maisSarah
— Você consegue, você consegue. — Repito meu mantra diário, ao terminar de tomar banho e sair do banheiro para me trocar e ir a mais uma entrevista de emprego.
Ao chegar no quarto, solto um suspiro e busco uma roupa para vestir, com minha mente vagando por tudo que vivi até hoje.
Minha vida nunca foi fácil e tenho plena consciência disso. Nascida em uma família rígida e tradicional, sou a mais nova de quatro irmãos.
Caíque, meu irmão mais velho, é formado em engenharia e trabalha em uma construtora. Alexandre, meu segundo irmão mais velho, é policial e faz parte do distrito 53º da Barra da Tijuca. Ele trabalha com o delegado Gustavo e são melhores amigos. Rafael, meu terceiro irmão, que é apenas um ano mais velho do que eu, acabou de se formar em jornalismo e é editor da revista Prada Fashion.
Já eu me chamo Sarah Bernard e tenho 24 anos.
Estou no último período do curso de administração e hoje é minha entrevista em uma das maiores empresas de tecnologia do país, a Ferreirastecnology, e eu estou extremamente nervosa.
Não é fácil, para mim, conseguir um bom emprego. Já venho tentando isso há vários meses, desde que meu contrato como estagiária em uma rede hoteleira se encerrou.
Muitas empresas têm preconceito com pessoas gordas, pois julgam que não se adéquam à estética exigida por elas. E concorrer a uma vaga de secretária é ainda mais complicado, visto que a aparência conta muito no trabalho com o público. Todavia, eu estou confiante de que irei conseguir essa vaga, eu preciso desse emprego, na verdade, preciso dele para poder ter minha instabilidade financeira e conseguir me sustentar sozinha. Eu ainda moro com os meus pais, mas pretendo mudar isso logo, logo.
Termino de me arrumar e me olho no espelho.
— Até que não estou feia. — resmungo, torcendo o lábio e passando a mão pela roupa escolhida.
Optei por uma saia-lápis na cor preta e uma blusa de seda na cor branca. Ela é de mão cumprida e esconde meus braços gordos. Porém, não evita marcar meus seios fartos.
Esse é um problema que não posso resolver, pois tenho seios bem grandes e qualquer roupa posta em meu tronco os evidencia. Esse é um fato do meu corpo que eu particularmente odeio. Sempre pareço vulgar nas roupas que uso.
Soltando um suspiro e me dando por vencida de que outra roupa não irá melhorar minha aparência, pego minha bolsa, confiro meus documentos e saio do meu quarto. Desço as escadas da minha casa e grito por minha mãe. Ela está na cozinha preparando o almoço.
— Mãe, eu já estou indo para a entrevista. — Avisei-a da porta da cozinha.
— Que Deus te abençoe e consiga esse emprego, minha filha — deseja.
— Obrigada, mãe. — Mandei-lhe um beijo no ar e saí de casa.
Meu irmão, Rafael, já estava me esperando em seu carro. Ele me daria uma carona, pois seu trabalho é na mesma região onde a empresa onde farei minha entrevista fica.
— E aí, maninha, como vai?
Ele tem passado mais tempo na casa da namorada do que aqui em casa e, por isso, quase não nos vemos. Quer dizer, quase namorada, pois eles vivem em um rolo, mas nunca se assumem de fato. Tudo entre eles é complicado.
— Vou bem, Rafa. Mas estou muito nervosa. — confesso.
— Você vai conseguir, é inteligente e muito esforçada, fora que é linda e esses seus olhos azuis encantam qualquer um.
— São os seus olhos de irmão que me acham tudo isso. — Falei sorrindo em sua direção.
— Não, Sarah, você é linda e precisa enxergar isso. O que aquele idiota fez não tem nada a ver com você e sim por ele ser um mau-caráter.
— Eu sei disso, Rafa, mas às vezes é tão difícil ter que lidar com os olhares julgadores das outras pessoas sobre você só por não se encaixar no padrão que eles ditam como certo. — Falei cabisbaixa.
Eu sempre sofri preconceito devido ao meu peso em excesso.
Os olhares muitas vezes de nojo me deixavam e deixam muito mal. Muitos não entendem e até julgam que isso é algo da minha cabeça, que me faço de vítima, mas só quem passou e passa por algum tipo de preconceito sabe o quanto isso dói e machuca.
— Mas você não precisa se encaixar, irmã, basta ser apenas quem você é. Viver com quer e ser feliz.
— Estou tentando, — digo, sem querer me prolongar no assunto. Falar sobre isso dói demais, me faz ficar triste e reviver meus traumas. — Mas vamos mudar de assunto. — Sorrio para afugentar o clima ruim que se abateu sobre mim.
Rafael sorri e coloca o carro em movimento, seguindo para o nosso destino.
— O que você quer saber sobre mim? — perguntou rindo.
Meus irmãos me conheciam como ninguém e todos eram muito protetores comigo.
— Quando vai parar de enrolar a Ângela e se casar com ela?
— Mas é ela quem está me enrolando, por mim, nós já teríamos casado há muito tempo.
Gargalhei, pois isso era realmente verdade. Ângela é uma mulher linda, alta e com curvas poderosas. Eles trabalham juntos na revista, ele como editor e ela como redatora. Ela é uma mulher bem resolvida e já tem sua vida toda arquitetada, e deve ter medo de que isso mude quando ela se casar.
Ângela tem cinco anos a mais do que meu irmão Rafael e sempre impôs esse fato para não assumir o romance dos dois.
Dos meus irmãos, apenas Rafael namora, Caíque já é casado e Alexandre é um galinha de carteirinha que não quer compromisso com ninguém. Todos os meus três irmãos são malhados, com olhos azuis como os meus. Isso é herança de família, a família do meu pai é francesa, eles vieram para o Brasil no intuito de fugir da guerra e ficaram aqui até morrerem.
Com a abolição da escravatura, gerou necessidade de mão de obra para o trabalho, principalmente na lavoura, havendo assim incentivo por parte do Governo Brasileiro em fortalecer a imigração europeia para o país, e meus avós viram ali a oportunidade de construir uma vida em um novo país e longe das guerras.
Meu pai nasceu aqui no Brasil, mas seus traços são franceses e nós, os filhos, herdamos isso dele.
Chegamos ao prédio da empresa e me despedi do meu irmão.
— Boa sorte — desejou ele, me dando um beijo na testa.
— Obrigada! — sorri e beijei seu rosto. — Bom trabalho! — desejei e saí do carro dele.
Ao estar do lado de fora do carro, mandei-lhe um beijo no ar e Rafael me mandou outro.
Respirei fundo, girei nos meus calcanhares e caminhei para dentro do prédio da empresa para a qual eu iria fazer a entrevista de emprego. O edifício era lindo e tinha cerca de 8 andares. Sua fachada era bem moderna, toda sua fachada era de vidro e havia canteiros com palmeiras, arbustos e flores na frente do prédio.
Era um edifício muito bonito mesmo.
— Olá! Bom dia! — cumprimentei a recepcionista assim que cheguei ao hall de entrada do prédio.
Ela me olhou de cima a baixo com expressão de nojo e um ar de superioridade que me fez sentir constrangida.
Dando-me um sorriso forçado, ela perguntou meu nome.
— Bom dia. Qual seu nome e em que posso ajudá-la? — Sua voz saiu mecânica, forçada. Ela não queria me atender, na certa me julgando inapropriada para estar em um lugar como aquele.
— Sarah Bernard. — respondi com educação, sorrindo em sua direção e tentando ser o mais natural possível, apesar de querer sair correndo desse lugar.
— Eu vim para a entrevista com o senhor Henrique Ferreira.
Ela digitou algo no computador e, ao conferir que eu realmente estava com a entrevista marcada, me encaminhou para o local onde ela seria realizada.
— Sua entrevista está marcada para as 10h00min e você pode esperar no 5o andar, que é o andar do senhor Henrique.
— Obrigada! — me virei para sair, mas ainda ouvi seu comentário maldoso.
— Até parece que o Henrique vai contratar uma gorda dessa para ser sua secretária. Isso só mancharia a imagem dele nos jantares de negócios.
Senti meus olhos arderem e a vontade de chorar fechar minha garganta, mas eu precisava ser forte e tentar conseguir esse emprego para poder ter minha independência financeira. Eu não me deixaria desmoronar agora em casa, eu choraria, mas não aqui.
Entrei no elevador e apertei o botão do 5º andar, rezando para que meu futuro chefe não fosse preconceituoso como ela e me desse o emprego. Eu tenho formação suficiente para preencher a vaga. E até uma melhor do que a que eu estava concorrendo, mas o medo dos olhares julgadores me fazia querer o cargo mais simples e que permitisse que eu mostrasse meu potencial para no futuro conseguir ocupar o cargo que tanto almejo.
Fui recebida pela atual secretária de Henrique, ela era uma mulher mais velha e me tratou super bem. Às 10h, eu fui chamada para a entrevista e meu coração disparou ao entrar na sala e ver quem seria meu chefe.
CristineDias depois...Entramos pelos portões da casa dos meus sogros e fui recebida com o abraço apertado de dois anjos que tive o prazer de ser presenteada como meus filhos.Miguel e Milena estavam eufóricos com nossa chegada e relatando tudo o que tinha acontecido com eles nos dias que passamos fora. Nossa viagem durou 4 dias e foram os quatro dias mais maravilhosos da minha vida.Visitamos todos os pontos turísticos da cidade, jantamos em restaurantes diferentes, tiramos muitas fotos e nos amamos loucamente todos os dias. Dylan me fodeu de todas as formas e posições possíveis. Vimos o pôr e o nascer do sol entre beijos e juras de amor.Eu estava mais que feliz de ter aceitado seu amor e me casado com um homem tão maravilhoso como ele. Dylan é mais do que pedi ou podia imaginar ter um dia quando o assunto era homem e casamento. Somos perfeitos juntos e nosso encaixe é surreal.Seu beijo, seu toque, seu cheiro, tudo nele me enlouquece e me faz amá-lo mais e mais. Nosso amor é de a
CristineMeses depois...Me abaixo para dar um beijo na cabeça de cada um dos meus filhos e Dylan faz o mesmo. Hoje nós estamos completando 7 anos de casados e sairemos em uma viagem para a Espanha. Jessica me falou tão bem do país e suas belezas que não pensei duas vezes antes de pedir a Dylan que fôssemos para lá. A cidade que escolhemos foi Málaga.Ela é uma cidade litorânea, localizada no sul da Espanha e banhada pelo Mar Mediterrâneo. É uma cidade quente e ensolarada, com clima muito parecido com o do Brasil e, para quem curte praia e sol como eu, é um dos destinos mais encantadores e certos para se relaxar e aproveitar um bom dia de sol.Málaga também é considerada o berço de Pablo Picasso, pois foi onde o artista nasceu. Lá possui um museu com seu nome, onde estão suas mais famosas obras: o Museu Picasso Málaga.Estamos organizando essa viagem há uns 6 meses, mas só agora, depois que encerrei o caso que eu tinha em mãos e condenei os envolvidos, é que pudemos fazê-la. Essa vi
CristineAtualmente.Fecho a porta do carro e confiro se trouxe tudo em minha bolsa. Sair de casa com duas crianças sempre te faz esquecer algo.— Miguel, não corra assim com sua irmã. — grito para meus gêmeos que entram na casa dos meus sogros como se estivessem sendo perseguidos.— Céus! Essas crianças. — Resmungo, começando a andar.— Oi, meu raio de sol. — Meu marido vem me abraçar.— Seus filhos entraram feitos furacões. — Entramos na casa dos meus sogros.— Eu os vi. Jurema fez pudim para eles e Igor tinha mandado uma mensagem para eles antes de vocês saírem de casa.— Agora está explicado o porquê da animação deles. — Sorri e o beijei. Nossos filhos eram formigas quando se tratava de doce. E Jurema, a cozinheira dos meus sogros, sempre os enchia dele.Nós já estávamos casados há quase 7 anos. Dylan me pediu em casamento uma semana após o desfile.Dois meses depois..., descobrimos a gravidez e, quando os gêmeos fizeram um ano, nós nos casamos.Hoje podíamos viver tranquilos, a
DylanConferi as horas e vi que ele já estava para começar. Dei o sinal para a organizadora e os convidados tomaram seus assentos. Subi na passarela e fiz um breve discurso, agradeci a todos pela presença e desci, deixando que o desfile começasse.Uma a uma, as modelos foram entrando e mostrando os vestidos feitos por Hugo. Ele é um excelente estilista e meu contrato com ele durará muitos anos se ele assim quiser. Batemos palmas a cada modelo que entrava. O desfile já estava quase no final quando a mais linda das mulheres entrou. Cristine estava linda em um vestido preto com detalhes em azul que marcava suas curvas suaves e deixava suas coxas à mostra. Ela desfilou graciosamente e recebeu muitas palmas. Olhou-me e me presenteou com um lindo sorriso. Sorri de volta e lhe dei uma piscadela.Hugo entrou com as outras modelos, depois que Cristine terminou de desfilar, e encerrou o desfile. Levantei-me, indo até ele, e o cumprimentei. Tiramos fotos com as modelos e logo tratei de segurar
Dylan.Dia do desfile.Olho em volta conferindo se está tudo certo para o desfile que acontecerá em algumas horas.Há alguns funcionários finalizando a decoração e outros colocando as cadeiras ao lado da passarela.— Senhor Dylan, sua irmã me pediu para chamá-lo. — Rosa, uma das cabeleireiras, fala, parando ao meu lado.— Aconteceu algo? Ela disse que já estava tudo certo com as roupas e as modelos.— E está, mas Antônia se nega a vestir o vestido desenhado pelo senhor Hugo. Ela alega que a peça não combina com ela.— Antônia já está passando dos limites. — digo, já sentindo a raiva me invadir.Deixo o restante dos funcionários terminando de arrumar as cadeiras e sigo Rosa até o camarim.— Antônia, a peça é linda e vai ficar perfeita em seu corpo. — Ouço a voz calma de Cristine.— Você não entende nada de moda. — Ela gritou. — Não passa de uma pobretona que está dando o golpe no dono da empresa.— Já chega, Antônia. — Grito, me fazendo ser visto por ela. — Pegue suas coisas e saia daq
Cristine— Dylan! — disse seu nome assim que ele atendeu. — Você está na empresa?— Não, estou no meu apartamento, por quê? O que houve? Está chorando?— Descobri algo sobre meu pai. Preciso de você.— Está vindo para cá? Quer que eu te busque em algum lugar?— Já estou bem próxima daí, mas liguei para confirmar onde estava.— Vou preparar a banheira para você tomar um banho relaxante quando chegar.— Obrigada! Eu te amo.— Também te amo.Desliguei e voltei a olhar pela janela do táxi. O peso daquela revelação estava me sufocando. Meu peito doía, e minha mente estava um turbilhão de pensamentos desencontrados.Assim que saí da casa da dona Inês, peguei um táxi sem nem pensar direito. Eu só precisava ir para longe de tudo aquilo, me afastar da sensação de que o chão sob meus pés havia desaparecido. Minhas mãos tremiam, e minha respiração estava irregular. Mandei uma mensagem para minha prima desmarcando nosso almoço. Não conseguiria estar em um lugar com tanta gente sem desmoronar na f
Último capítulo