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Cap 02: Cliente Especial

Ao entrar no meu apartamento, fui direto para o banho e coloquei uma música. Se tem uma coisa de que gosto, é tomar banho ouvindo música. Após o banho, coloco um pijama e seco meus cabelos, pego meu notebook e vou para a sala preparar umas planilhas, revisar minha agenda e deixar tudo preparado para amanhã. 

Trabalho como corretora na Imobiliária Santana há três anos, gosto muito do meu emprego. Sr.Armando Santana é um bom chefe, a única parte chata é o Gustavo, seu filho, que não perde uma chance de ficar dando em cima de mim, mas como preciso do emprego, sempre o trato o mais formal possível. 

Ele é bonito, mas é aquele típico homem machista e abusado. Quero distância de homens, principalmente desse tipo. Após algumas horas me organizando, olho no relógio e vejo que já são cinco horas da tarde. Preciso dormir um pouco, a praia me deixou cansada. Deito em minha cama, olho o celular e vejo mensagem da tia Kátia. Um sorriso se desenha em meus lábios ao ler sua mensagem.

" Boa noite, meu anjo, como você está? A tia está com saudades. Beijos, te amo".

Mando uma resposta de imediato.

 “Boa noite, tia! Estou bem e morrendo de saudades, mas mês que vem são minhas férias e vou aí em Salvador matar a saudade que estou de vocês. “Também te amo.”

 Amo a tia Katia. Foi ela que me criou e sempre me tratou como filha. Para mim, ela é como uma mãe. Fui morar com a tia Katia quando tinha sete anos, depois do acidente que matou os meus pais na Flórida, nos Estados Unidos. Nasci na Flórida, minha mãe e meu pai haviam acabado de se mudar para lá e duas semanas depois minha mãe descobriu que estava grávida. Foi muito difícil para mim perder meus pais e, se eu tivesse estado com eles naquele carro, também teria morrido. A tia Katia foi me buscar e cuidou de mim até os meus dezenove anos. 

Quando arrumei meu primeiro emprego, decidi dividir um apartamento com uma amiga, a Luna. Depois fui morar em São Paulo, onde fiz faculdade de Gestão Imobiliária. Meu pai era corretor de imóveis, talvez isso tenha influenciado nas minhas escolhas. Após concluir a faculdade, vim para o Rio de Janeiro, onde moro até hoje.

Manhã seguinte…

Acordo com o barulho do alarme do meu celular, já são cinco e meia. Levanto-me e faço o de sempre, caminho até a janela, abro as cortinas, o céu está nublado, pelo visto vai chover. Vou para o banheiro, tomo banho, faço toda a minha higiene matinal. Após o banho, escolho uma roupa, optei por um vestido preto tubinho e coloco um blazer vermelho por cima, calço meus scarpins vermelho verniz e faço uma maquiagem leve, abusando apenas do batom no tom vermelho, e decido por deixar o cabelo solto.

Meu estômago ronca. Pela manhã, sempre tenho muita fome, acho que é o momento em que mais como. Obedecendo ao pedido do meu estômago, vou para a cozinha, onde preparo um sanduíche natural e um suco de acerola. Tomo meu café tranquilamente enquanto respondo algumas mensagens. Recebo uma mensagem da Luiza me pedindo opinião sobre qual espaço é melhor para comemorar sua festa de aniversário. Envio uma resposta e vou arrumar minha bolsa. Hoje tenho que sair mais cedo, para pegar meu carro na oficina e correr para a imobiliária. Tenho dois clientes hoje pela manhã e três à tarde.

Após pegar meu carro na oficina, faço meu trajeto até a imobiliária, meu celular toca.

— Bom dia, Sr.Armando — digo assim que atendo.

— Bom dia, Aurora! Estou ligando para avisar que encaixei um novo cliente que quer comprar aquela mansão do condomínio Village. Marquei para agora de manhã, às dez horas. Tudo bem?

— Ok, Sr.Armando, estou quase chegando.

— Até breve, tchau — ele se despede e desliga.

Chego na imobiliária umas oito horas, vou direto para minha sala. A Fernanda, minha secretária, já está com as plantas dos imóveis que vou visitar hoje.

— Bom dia, Aurora! Aqui estão as plantas dos imóveis e os nomes dos clientes, e o cliente especial que o Sr.Armando falou — ela me entrega a pasta — Ele disse que é um homem muito poderoso. Ele ligou hoje e o Sr. Armando não pensou nem um segundo e já marcou para agora de manhã — ela comenta, estranhando a moral que esse homem tem com Sr.Armando.

Pego os papéis em sua mão e acho graça que ela levou tão a sério o assunto do cliente especial que escreveu 'especial' na frente do nome Eduardo Clifford, e ao ler esse nome lembro do moreno lindo da praia, mas como há milhões de Eduardo no mundo, esse Eduardo não tinha a chance de ser o mesmo Eduardo de ontem, ia ser muita coincidência.

— Certo, Fernanda, obrigada, e seu cabelo está maravilhoso assim — elogio.

— Obrigada! — agradece, se exibindo e mexendo em seus cabelos, e sai do escritório, fechando a porta.

Ouço bater em minha porta novamente e mando entrar, e o meu dia começou a ficar ruim quando vejo o rosto com um sorriso maligno de sempre.

— Bom dia, Sr. Gustavo, o que devo à sua visita?

— Vim me dar o prazer de ver a obra-prima mais linda que é você — responde, sentando na cadeira à minha frente.

— Obrigada! Mas eu já estou de saída, tenho clientes me esperando, e quando sair, faça o favor de fechar a porta. Tenha um bom dia — digo, pegando minhas coisas e indo em direção à porta. Está no mesmo lugar que esse idiota me dá náuseas.

Ligo para o primeiro cliente.

O Sr. Ramon vai olhar um imóvel na zona leste que fica a uma hora daqui. Tempo depois, chego ao local, nos cumprimentamos e começo a apresentar o imóvel a eles.

Após mostrar toda a casa ao Sr. Ramon e sua noiva, deixo eles decidindo se vão ficar com a casa, e enquanto isso, mando mensagem para o cliente especial do Sr.Armando, passando o endereço do condomínio e avisando que talvez atrase uns dez minutos, mas que faria o possível para chegar no horário marcado.

— Então, o que decidirão? — pergunto.

— Vamos comprar a casa, é linda do jeito que eu sempre sonhei — ela comenta, toda animada.

— Então, Sr.Ramon, aqui estão alguns papéis com as orientações dos documentos necessários para a compra da casa. Minha secretária vai ligar para o senhor avisando o dia e horário para vocês comparecerem na imobiliária para a gente fechar os trâmites da compra. Muito obrigada! — agradeço feliz da vida, dando um aperto de mão. Por dentro dou pulinhos de alegria.

Saio de lá às pressas e chego no condomínio no horário marcado e fico feliz por chegar no horário porque odeio atrasos. E quando estaciono meu carro, vejo uma BMW X6 preta na minha frente com vidros fumê e imagino que seja o cliente especial. Meu Grand Siena é um fusca perto dessa BMW, e quando saio do meu carro, a porta da BMW é aberta, revelando a figura perfeita de um moreno com um sorriso encantador.

 Minhas pernas falham com aquela imagem. Custo a acreditar que o cliente especial do seu Armando é o Eduardo da praia. Que mundo pequeno, que coincidência! Sinto que meu coração vai sair pela boca, tento esconder a minha surpresa ao vê-lo e percebo que estou com minha boca entreaberta. Droga, tento disfarçar com um pequeno bocejo, cobrindo minha boca com as mãos.

Me sinto uma idiota!

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